Para boa parte da população, o fim de ano é sinônimo de confraternização e do início da temporada de praia. Quem mora no Rio Grande do Sul, só de lembrar da cor do mar gaúcho, pode deixar a empolgação de lado para colocar o pé na areia do litoral.
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O professor Marcelo Pereira de Barros, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, explica que o Estado apresenta um litoral muito retilíneo, pouco recortado, em comparação com o litoral de Santa Catarina, mais ao norte, e do Uruguai, mais ao sul. “Essa característica faz com que tenhamos uma dinâmica [movimentação] das águas costeiras bem particular.”
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Ele ressalta que, embora comumente chamadas de mar, as águas que banham as praias do litoral norte são do Oceano Atlântico e estão sujeitas a grandes variações. “Uma destas variações é a presença de algas em determinadas épocas do ano, devido a grandes florações [reprodução] que causam o famoso ‘chocolatão'”, explica o professor. Ele esclarece ainda que “muita matéria orgânica é trazida das lagoas costeiras, via Rio Tramandaí, Barra de Rio Grande, e mesmo do Rio Mampituba, águas subterrâneas também fazem o aporte dessa matéria orgânica para o oceano, que serve de alimento para as algas”.
Por isso, conforme o professor, o “chocolatão” não significa água poluída ou imprópria para banho. “Muitas praias com águas cristalinas, espalhadas pelo País, podem apresentar contaminantes muito mais prejudiciais à saúde humana”, salienta.
Além disso, conforme Barros, as águas mais frias da corrente das Malvinas, que vem do sul, também trazem muita matéria orgânica para alimentar as algas. “Isso ocorre normalmente no inverno. No verão, as águas mais quentes da corrente do Brasil trazem menos matéria orgânica e menos sedimentos em suspensão, deixando a água mais clara e quente.”
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