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Alerta

Chegada do verão acende alerta para riscos de afogamento em banhos de rios

Bombeiros reforçam medidas de segurança e orientações para prevenir tragédias

Dário Gonçalves
Publicado em: 26/12/2024 às 14h:56 Última atualização: 26/12/2024 às 14h:56
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Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, cresce também a procura por rios, represas e açudes como forma de aliviar o calor. No entanto, essa prática pode se tornar perigosa, especialmente em locais inadequados, sem supervisão ou onde os banhistas não têm a devida experiência.

Menino de 13 anos morreu após se afogar no Rio Mascarada, em Rolante | abc+



Menino de 13 anos morreu após se afogar no Rio Mascarada, em Rolante

Foto: Corpo de Bombeiros Voluntários de Rolante

Em cerca de um mês, foram quatro mortes na região por afogamento. As primeiras ocorreram ainda antes do verão chegar oficialmente, entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro, em rios nas cidades de Igrejinha, Ivoti e Rolante, envolvendo vítimas com idades entre 13 e 43 anos. Já na noite de terça-feira (25), Natal, um menino de apenas 4 anos perdeu a vida ao cair na piscina, em Triunfo. Os casos reforçam que o risco atinge todas as faixas etárias, destacando a importância de medidas preventivas.

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Graciano Ronnau, imperícia, negligência e imprudência são as principais causas dos afogamentos. “A morte deste homem de 43 anos, próximo à ponte do bairro Morada Verde, ocorreu exatamente dois anos após o último afogamento na cidade. Na ocasião, um adolescente de 15 anos morreu também no Rio Paranhana, no bairro Garibaldi. Então mostra que essa época do ano atrai mais os banhistas”, comenta.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Picada Café, Vilson Koch, complementa com orientações sobre segurança. Ele enfatiza que muitos acidentes acontecem devido ao desconhecimento dos locais de banho e à falta de preparo na água. “A grande maioria dos afogamentos ocorre com pessoas que não sabem nadar ou que tentam brincar em condições perigosas, como correntes fortes ou poços profundos. Além disso, cãibras e fadiga, comuns em quem não está acostumado à água, podem levar a situações graves”, explica.

O que leva aos afogamentos

Koch também alerta para os riscos de comportamentos imprudentes, como nadar após o consumo de álcool, mergulhar em locais desconhecidos ou não supervisionar crianças adequadamente. Ele ressalta que rios frequentemente mudam suas condições devido a enchentes, o que pode expor os banhistas a galhos submersos ou pedras.

Outra recomendação é evitar entrar na água logo após refeições pesadas. “Comidas leves exigem pelo menos 30 minutos de espera, mas refeições mais pesadas, como churrascos, demandam até duas horas. A pressão da água é maior e dá esses problemas, a pessoa passa mal porque, na digestão, há um maior fluxo sanguíneo no estômago. Então acaba tendo um desequilíbrio na irrigação de sangue e causa mal estar, náuseas, vômitos, desmaios e potencializam os problemas”, explica.

Para evitar tragédias, Koch reforça a importância de escolher locais apropriados para banho, com guarda-vidas, e seguir as orientações de segurança. “Às vezes, as pessoas sabem se defender na água, mas não nadar. Aqui no Sul, temos um período muito prolongado de inverno, então não é sempre que o pessoal está na água. Então fatores como fadiga, cãibras – porque o corpo não está acostumado -, podem levar ao afogamento, e quando tentam sair, tentam nadar contra a correnteza. E esse excesso de esforço físico pode gerar um mal súbito”, acrescenta.

Como reagir ao se afogar ou presenciar um afogamento

Ao se deparar com uma vítima se afogando, apesar da urgência, a primeira reação deve ser de calma e racionalidade. Koch explica que é crucial não entrar em pânico. Em um resgate, a recomendação é lançar um objeto flutuante, como uma boia, galho ou corda para puxar a pessoa em perigo, ao invés de tentar nadar até ela. Isso evita o risco de ambos se afogarem. “Quem se afoga pode ficar em desespero e tentar agarrar qualquer coisa, inclusive outras pessoas, o que pode arrastar quem tenta ajudar para o fundo”, alerta.

No caso de quem se afoga, deve-se sempre buscar nadar a favor da correnteza até alcançar alguma margem. “Quem sabe nadar, sabe que nunca se nada contra o rio porque isso aumenta a fadiga e faz com que as chances de afogamento sejam maiores. O mesmo vale se estiver no mar”, orienta o comandante.

Se a pessoa for resgatada e estiver desacordada, o ideal é realizar a reanimação cardiopulmonar (RCP), caso tenha conhecimento de como fazer, além de os bombeiros imediatamente. A rapidez no atendimento pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte.

Diversão com responsabilidade

A dica mais importante repassada pelos bombeiros é de que não se deve tomar banho em rios, principalmente após o período de enchentes que fez com que muita coisa fosse alterada no leito. Sendo assim, o ideal é buscar balneários que possuem guarda vidas. Cuidado redobrado também deve ser tomado com crianças, que devem estar sempre supervisionadas por um adulto responsável.

Koch alerta ainda sobre brincadeiras perigosas, como saltos ou simulação de afogamento. “Essas brincadeiras podem desorientar quem está por perto e, em uma situação real, não ser levado a sério. Já atendemos um caso onde um homem deu um ponto na piscina de casa, bateu com a cabeça no fundo e sofreu uma lesão cervical”, finaliza.

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