A chacina que ocorreu em frente a um condomínio na Avenida Bento Gonçalves, no bairro Rio Branco, em Rolante, na madrugada de domingo (1º), deixou a comunidade do Vale do Paranhana aterrorizada com tamanha barbárie. Após a repercussão do caso, moradores e entidades representativas questionam as medidas que serão tomadas para garantir a segurança no município, já que essa não é a primeira vez que o crime organizado assusta a região.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O morador de Rolante e tesoureiro do Conselho Comunitário Pró Segurança Pública (Consepro) da cidade, Eduardo Timmen, conta que a cidade amanheceu em choque no último domingo, depois que encapuzados vestidos de policiais federais executaram quatro homens por volta das 4h15.
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“15 dias atrás já tivemos uma morte, agora essa chacina. Imagina, na frente de um residencial, com as crianças acordando de noite, todo mundo vendo a cena. Foi bem triste”, expõe Timmen.
Como membro do Consepro, o tesoureiro afirma que o conselho já está trabalhando para acelerar as solicitações junto às autoridades. De acordo com ele, falta efetivo nas ruas, já que as cidades de Rolante e Riozinho compartilham o mesmo comando.
“Precisamos de mais pessoal, mais segurança, tanto na Brigada como na Civil. Estamos defasados, pois Riozinho ajuda Rolante e vice-versa. Só temos um posto de comando para as duas cidades, com poucos agentes”, afirma Timmen.
O que está sendo feito?
Entre as ações, o tesoureiro garante que o conselho entrará novamente em contato com o Governo Estadual para sensibilizar com o que a cidade está sofrendo. “Nos últimos dois anos, dá para se dizer, que começamos a ver uma violência como essa aqui na cidade, que sempre foi pacata. Víamos esse tipo de coisa em Porto Alegre, outras cidades da região metropolitana, mas a diferença de tamanho de Rolante para essas cidades é muito grande, e assusta acontecer esse tipo de situação aqui”, afirma Timmen.
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Ele ressalta também que, recentemente, o Consepro conseguiu adquirir uma viatura para a Brigada Militar, através do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública, que estimula empresários a destinarem até 5% do saldo devido de ICMS. “Já está licitada, ainda estamos aguardando os trâmites burocráticos”, reforça o tesoureiro do Consepro.
A presidente da Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária de Rolante e Riozinho, Claudia Silvana Korpalsk, corrobora com a percepção sobre o número deficitário de efetivo trabalhando para a Brigada Militar. “Nós da Acisa, já estamos há mais de um ano preocupados com a questão da segurança. Tudo o que a gente tem conseguido fazer de mobilização, de conseguir recurso para o Consepro, quando a Brigada tem alguma necessidade para estarem aparelhados, sempre fazemos campanhas para conseguir algum valor. Mas o que mais precisamos mesmo são mais efetivos”, destaca.
O que dizem prefeitura e órgão de segurança pública
Questionado sobre as medidas que pretende tomar, o prefeito de Rolante, Pedro Luiz Rippel, manifestou que lamenta profundamente a tragédia ocorrida, e reafirmou o compromisso com a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos de Rolante. “A administração não medirá esforços para colaborar com as autoridades policiais visando garantir que nossa cidade seja um lugar seguro para viver”, disse.
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Conforme a assessoria de imprensa do município, “a Prefeitura informa que confia no trabalho das forças policiais, bem como que espera que os responsáveis pela barbárie sejam prontamente identificados e levados à Justiça. Cumpre esclarecer que a segurança pública é alvo de constantes demandas do Município perante o Governo do Estado, com o intuito de aumentar o efetivo das polícias militar e civil, além do seu aparelhamento. A Administração também repassa valores ao CONSEPRO com o objetivo de estreitar laços e qualificar as forças de segurança da cidade”.
A pasta afirma que está trabalhando para implementar medidas que tragam mais tranquilidade e proteção para a comunidade. “Queremos assegurar à população que estamos fazendo tudo ao nosso alcance para combater a violência e garantir a paz em Rolante”.
A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública Estadual sobre as iniciativas que pretendem tomar em conjunto com outras autoridades para retomar a segurança da comunidade do Vale do Paranhana, no entanto, não obtivemos retorno até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.
Dados de segurança no município
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, em 2023, a cidade registrou quatro homicídios dolosos, que vitimaram cinco pessoas. Já em 2024, o relatório, com atualização de junho, conta com o registro de um latrocínio.
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