Uma solenidade com a presença de autoridades militares e civis celebrou, na manhã desta terça-feira (12), os 285 anos de criação do Batalhão da Serra. O evento, realizado na sede do 19º Batalhão de Infantaria Motorizado (19º BIMtz) comemorou, ainda, os 102 anos de transferência da unidade para São Leopoldo.
Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial
A cerimônia, contou, também, com a entrega de certificados aos “amigos do batalhão”. Foram agraciadas 47 pessoas que colaboraram com o 19º BIMtz no decorrer do ano, especialmente durante os atendimentos prestados às vítimas da enchente no Estado. O encerramento da programação foi marcado pelo desfile de veteranos do quartel.
Comandante do 19º BIMtz, o coronel Celso Brasil Nascimento, destaca que o aniversário de criação do batalhão data de 10 de janeiro. No entanto, a comemoração ocorre sempre no dia 12 de novembro, quando o batalhão foi inaugurado em São Leopoldo.
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“Para nós, é uma data muito representativa. Nossa ligação com a sociedade do Vale do Rio dos Sinos, leopoldense e gaúcha é muito forte”, destaca. O coronel frisa, ainda, a importância da entrega dos certificados aos amigos do batalhão.
“O batalhão, para cumprir a sua missão institucional, ele depende do apoio de seus amigos e colaboradores, que são fundamentais para a gente alcançar nossos objetivos e cumprir nossas missões. E para nós, entregar estes certificados é uma honra, uma maneira de homenageá-los e agradecer por tudo o que eles fazem e entregam para o nosso batalhão com muito carinho”, diz.
Em sua fala, o Chefe do Estado Maior da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, coronel Christiano Stefanes Mendes Melo, destacou a história do batalhão e sua atuação em conflitos e missões, como a mais recente realizada durante as cheias em diversas cidades gaúchas. “As origens do batalhão remontam o momento em que houve necessidade de serem criadas tropas para combater nas revoltas do extremo sul do País. De lá até então verificamos a destacada participação do batalhão em diversas revoltas internas, passando pela Guerra Mundial e missões de paz”, diz.
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“Atualmente, na condição de chefe do Estado Maior, pude verificar o valor desta tropa ao longo do ano de 2024, desde a preparação da tropa nas instruções e na formação dos seus soldados. Na Operação Taquari, teve destacada participação no Vale do Taquari, finalizando suas ações recentemente, em apoio à defensoria Pública. Por isso, é com muita honra e satisfação que parabenizo este valoroso batalhão”, completa.
Um resumo da história do batalhão
Criado em 1739 pelo então comandante militar e governador do Distrito da Ilha de Santa Catarina, o brigadeiro José da Silva Paes, o Batalhão de Artilheiros-Fuzileiros se constituiu no embrião do atual 19º BIMtz. A tropa formada naquele ano, iniciou seus serviços em 1753, quando foi empregada nos combates contra os espanhóis no extremo sul do País. Em 1839, face à eclosão da Revolução Farroupilha no Sul do País, o presidente e comandante das armas de Santa Catarina, general Francisco José Soares de Andréa, organizou três batalhões: o da Boa Vista, o do Desterro e o da Serra. Pouco tempo mais tarde, os três batalhões se fundiram e a unidade resultante passou a ser conhecida como Batalhão Provisório da Serra, ou simplesmente Batalhão da Serra.
Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial
Este corpo de tropa combateu contra as forças farroupilhas no Sul, e tomou parte em outras lutas internas, como as revoltas lideradas por Teófilo Otoni, em Minas Gerais e pelo Padre Feijó, em São Paulo. Em 10 de janeiro de 1843, o Batalhão da Serra foi transformado em 3° Batalhão de Fuzileiros, e com esta denominação voltou ao Rio Grande do Sul, sob as ordens do então Barão de Caxias, que posteriormente se tornou no Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Naquele mesmo ano, participou das vitoriosas batalhas de Ponche Verde e Porongos.
O batalhão participou, ainda das guerras contra Oribe e Rosas, em 1851 e do Paraguai, entre 1865 e 1870. Em reconhecimento aos feitos de bravura do glorioso 3° Batalhão de Fuzileiros, sua memória é hoje representada no Estandarte Histórico da Unidade por meio do número 3.Inicialmente sediado em Santa Catarina, passou por Porto Alegre e São Gabriel. Até que em 1922 foi transferido para São Leopoldo, com a denominação de 8º Batalhão de Caçadores. Em 12 de novembro de 1922 o quartel foi finalmente inaugurado em São Leopoldo.
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Em 1944, o Batalhão partiu para o continente Europeu e combateu ao lado das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial. Terminado o conflito em 1945, e de volta a São Leopoldo, o batalhão recebeu uma das maiores homenagens do Exército Brasileiro. Um bronze com a efígie de um expedicionário, por ter sido a unidade que no âmbito da 3ª Região Militar que forneceu o maior contingente de soldados à Força Expedicionária Brasileira.
No decorrer da sua história, o Batalhão da Serra recebeu ainda, outras denominações como: 3° Batalhão de Infantaria Pesada, em 1870; 29º Batalhão de Infantaria do 10° Regimento de Infantaria, em 1908; 30º Batalhão de Infantaria do 10° Regimento de Infantaria, em 1918; 8° Batalhão de Caçadores, em 1919; 19° Regimento de Infantaria, em 1949; 1° Batalhão do 19º Regimento de Infantaria, em 1964; e, finalmente, 19° Batalhão de Infantaria Motorizado, em 1972.
Preparação para missões de paz começou em 1994
Em 1993, o Batalhão da Serra foi designado Unidade de Pronto Emprego pelo Comando de Operações Terrestres e, no ano seguinte, começou a preparar seus efetivos para integrar missões de paz. No início do século XXI, novamente o Comando de Operações Terrestres distinguiu a Unidade como Força de Ação Rápida Regional do Comando Militar do Sul. Oportunidade na qual participou da Missão de Apoio das Nações Unidas ao Timor-Leste, em 2002. Em maio de 2004, a Unidade foi selecionada para integrar o primeiro contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
Foto: Divulgação
As destacadas participações em Missões de Paz a cargo da Organização das Nações Unidas, dignificaram o Batalhão no esforço internacional para preservação da paz e o credenciaram para novas missões. Assim, em 2011, o Batalhão da Serra foi chamado, e mais uma vez, enviou tropas para integrarem a Missão de Paz no Haiti.
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Em 2012, na Cidade do Rio de Janeiro, o Batalhão participou da Operação de Pacificação dos Complexos do Alemão e da Penha. De dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, mais uma vez regressou ao Rio de Janeiro para atuar na Operação de Pacificação do Complexo da Maré. De dezembro de 2015 a julho de 2016, a Unidade foi chamada, mais uma vez, para integrar a Missão de Paz no Haiti e enviou ao país caribenho o maior número de militares de uma só Unidade para compor o 23º Contingente Brasileiro.
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