Há mais de 50 anos a humanidade lança objetos para o espaço e, com o tempo, fragmentos deles acabam atravessando as camadas mais densas da atmosfera, onde costumam ser queimados, gerando rastros luminosos como o visto na região nesta quinta-feira (24).
Na noite de ontem, moradores de diversas regiões do Rio Grande do Sul, especialmente da Grande Porto Alegre, registraram um rastro luminoso no céu da região por volta das 23h40. O objeto permaneceu visível por pouco mais de um minuto, até desaparecer.
Por volta da 1h30 desta sexta-feira (25), o professor Fernando Jung, do Observatório Espacial Heller e Jung, de Taquara, divulgou que foi “registrada reentrada do estágio superior do foguete Soyuz SL-4 RB, lançado em 22 de agosto de 2023 no Cazaquistão”. Segundo Jung, estava previsto que a estrutura faria esta reentrada, passando desde a região do Uruguai até o norte do Brasil. O material ficou cerca de um minuto e meio na atmosfera terrestre.
Segundo a Nasa, quando os pedaços resistem, a chance maior é de que caiam na água, sobretudo em um oceano. Há risco de cair no solo, mas a possibilidade é menor.
Em 1957, a antiga União Soviética lançou o satélite Sputnik-1 e deu início à era espacial. Desde então, milhares de foguetes, espaçonaves diversas e instrumentos variados já foram levados à órbita do nosso planeta. No entanto, não foi planejado o que seria feito destes objetos depois que não estivessem mais operacionais. É aí que nasce o lixo espacial.
A maior parte dos detritos pode alcançar velocidade que equivale a quase sete vezes àquela do disparo de uma bala. Na prática, um lixo espacial de um centímetro pode causar impacto equivalente ao de uma bola de boliche de movendo a 400 quilômetros por hora.
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