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DADOS DO IBGE

CENSO 2022: Conheça a cidade da região que é a terceira com a população mais jovem do Rio Grande do Sul

Município do Vale do Sinos se destaca por ser um dos que possui, proporcionalmente, mais jovens em relação ao total da população

Eduardo Amaral
Publicado em: 28/10/2023 às 17h:22 Última atualização: 28/10/2023 às 17h:30
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Com apenas 20 anos, Adrieli Rocha Rodrigues, resolveu tomar uma decisão incomum, deixou uma cidade pequena para viver em outra ainda menor. Natural de Ivoti, município com pouco mais de 22,9 mil habitantes, ela se mudou para um município vizinho: Lindolfo Collor, que tem pouco mais de 6,2 mil moradores.

Lindolfo Collor | Jornal NH



Lindolfo Collor

Foto: Divulgação

Foi o casamento com um homem natural de Lindolfo o motivo principal para a mudança, mas não foi o único. “Aqui é muito tranquilo, uma cidade muito calma, a gente não vê tanta maldade nas pessoas, e é uma cidade mais de família, não é tanto dos jovens da coisa errada, com jovens que são pelo correto”, explica ela ao elencar os atrativos.

Aos 20 anos, a vendedora de roupas Adrieli Rocha Rodrigues escolheu escolheu a tranquilidade de Lindolfo Collor para viver | Jornal NH



Aos 20 anos, a vendedora de roupas Adrieli Rocha Rodrigues escolheu escolheu a tranquilidade de Lindolfo Collor para viver

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

A cidade pacata e tranquila descrita por Adriele ocupa o terceiro lugar entre os municípios gaúchos com o menor índice de envelhecimento do Estado, segundo os dados do Censo 2022. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).

Porém, apesar do menor índice de envelhecimento, isso não significa que pessoas mais jovens circulam pela cidade o tempo inteiro. Na verdade, quem for ao local na tarde de um dia de semana verá poucas pessoas nas ruas. “Os que não estão estudando, estão trabalhando”, explica a pedagoga especializada em orientação educacional, Margarete Heinle, 56.

De acordo com Margarete, que trabalha na única escola de ensino médio de Lindolfo Collor, o perfil dos jovens da cidade é bastante variado em relação ao futuro. “Temos um pouco de cada, muitos por questão familiar ficam por aqui trabalhando nas empresas locais, outros preferem sair da região e até do País.”

Longe do movimento

Uma das características apontadas por Margarete para as saídas remonta aos migrantes que foram para a cidade em décadas anteriores. “Tem muita gente que quer ficar aqui, outros até querem voltar para as origens dos pais, porque nasceram aqui, mas os pais e as famílias não são daqui”, avalia.

Mas este não é o caso de Adrieli, que é vendedora em uma loja localizada na região central. Para ela, mesmo os poucos carros que cruzam na rua durante o dia já são perturbadores. “Novo Hamburgo já não é uma cidade para mim, o barulho da cidade me incomoda. Aqui já é estranho porque estamos no centro, e já passa muito carro e esse barulho me deixa muito inquieta.”

A quietude leva a vendedora a projetar formar família na localidade. “Vamos ficar por aqui mesmo, é sonho ter família sim, mas quero um filho só”, pontua ela, que tem duas irmãs, mas não deseja ter uma família tão grande. “Quero ter uma filha para poder dar tudo do melhor para ela”, explica.

Tendência

A redução no tamanho das famílias é vista como uma tendência por Margarete, que percebe nos adolescentes perspectivas de futuro. “Hoje o jovem planeja estudar e se formar. Não é a ideia de ter muitos filhos, já percebemos os alunos dizendo que querem famílias menores”, avalia.

Os dados divulgados pelo IBGE apontaram que o Rio Grande do Sul é o Estado com maior índice de envelhecimento do País e a maior média etária. Com isso, mesmo cidades como Lindolfo Collor estão muito próximas do resultado geral. No Rio Grande do Sul, a média de idade é de 38 anos, enquanto em Lindolfo é de 34.

De modo geral, a população brasileira está envelhecendo. O Censo apontou que em 2022 o total de pessoas com 65 anos ou mais subiu 57,4% em comparação com o Censo de 2010. A idade média dos brasileiros é de 35 anos, seis a mais do que no levantamento anterior.

Em 2010 o índice de envelhecimento era de 30,7, o que significa que para cada 100 crianças de 0 a 14 anos havia um idoso. No ano passado, esse índice saltou para 55,2.

Pirâmide etária brasileira

“Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos que ocorrem no Brasil. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000”, analisa a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.

Izabel explica que o que se observa ao longo dos anos, é redução da população jovem, “com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022”. 

Mulheres vivem mais

Um dado que chama atenção e reforça as estatísticas quando apontam que homens se envolvem em mais situações de risco está no levantamento sobre gênero. Do nascimento até os 24 anos há uma maior proporção de homens do que de mulheres.

Contudo, entre 25 e 29 anos essa balança vira, com mais mulheres do que homens. Com isso, o número de mulheres é seis milhões superior ao de homens.

“Isso está relacionado com a maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários: desde bebê até as idades mais longevas, a mortalidade dos homens é maior. Além disso, nas idades adultas, a sobremortalidade masculina é mais intensa”, explica Izabel.

De acordo com ela, com o envelhecimento populacional, a redução da população de 0 a 14 anos e o inchaço da população mais idosa, “há um aumento da proporção de mulheres, já que elas sobrevivem mais em relação aos homens”.

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