Uma celebração solidária, repleta de história e simbolismo, marcou a reabertura do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVSL) quase três meses após a enchente. A programação especial, realizada nesta quinta-feira (25), e que segue até as 19h30, também festeja os 200 anos da Imigração Alemã na cidade.
Pela manhã, o evento contou com as presenças do cônsul-geral da Alemanha, Marc Bogdahn, do secretário estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabrício Peruchin, do presidente da Comissão Oficial do Bicentenário, Rafael Gessinger e do prefeito Ary Vanazzi, além do presidente do MHVSL, Cássio Tagliari e da diretora de relações institucionais da entidade, Ingrid Marxen.
Em sua fala, Tagliari destacou a importância dos imigrantes na construção da cidade e lembrou o trabalho realizado pela equipe e parceiros do Museu para a recuperação dos danos pós-enchente.
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“Foram estes colonos, bravos pioneiros, modestos construtores de escolas, capelas e igrejas, os fundadores de cidades que, com paciência e resignação, ajudaram a transformar extensas zonas do Estado em prósperos centros de produção. Estes nossos antepassados, com persistência e apoio mútuo, abriram matas, estabeleceram oficinas e ergueram as primeiras casas comerciais. Juntamente com todos os outros povos que para cá rumaram, vivenciaram momentos de alegria e dor, demonstraram sua lealdade ao Brasil e uns com os outros, em tempos de guerra e de paz”, disse.
“Quis o destino que dessa maneira brutal fossemos lembrados que a saga do nosso povo segue sendo escrita. Ao longo dos séculos os que nos precederam enfrentaram adversidades tão ou mais graves como esta enchente. Neste momento, fomos surpreendidos com a nossa capacidade de superação, de amor ao próximo e de senso de comunidade. Sobrevivemos e chegamos aqui para celebrar 200 anos de solidariedade. A reabertura do museu é mais um dos tantos exemplos da nossa força e resiliência, demonstração do quanto pode uma comunidade unida e bem orientada”, completou.
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A programação de reabertura do museu contou, ainda, com a chegada da cavalgada da imigração. A celebração segue com feira de gastronomia típica, jogos germânicos, banda típica, chope, feira de artesanato e atrações infantis. Aos participantes da celebração, é solicitada a doação de um quilo de alimento não perecível.
Resgate de memórias pela gastronomia
Proprietários de uma tortaria artesanal no Centro de São Leopoldo, Gustavo e Ariane Becker estiveram presentes no evento comercializando algumas das delícias como as tortas de maçã, de frutas vermelhas e de cebola. Na banca havia também “spritzbier”, uma bebida típica alemã.
“Nossa intenção é preservar a tradição e os sabores que remetem a memória afetiva de quem consome nossos produtos. Buscamos fazer com que nossos clientes relembrem dos doces feitos pelos pais, pelas avós”, comenta Gustavo.
Integrante do grupo de danças folclóricas germânicas da Sociedade Ginástica, Amália Sauter, 67 anos, aproveitou a programação com as amigas e colegas do grupo. “É um momento maravilhoso, depois de tudo o que a gente passou, poder festejarmos a reabertura do museu, este espaço tão importante de preservação da nossa história”, comenta.
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