A época mais doce e saborosa do ano, a Páscoa, está chegando. A data simbolizada por ovos e coelhinhos de chocolate também é a mais importante celebração no calendário litúrgico dos cristãos. Neste ano, a Páscoa será comemorada no segundo domingo de abril, dia 9. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Canoas projeta um aumento de 5% nas vendas locais de chocolates.
De acordo com o presidente da CDL Canoas, Éverton Netto, a previsão embora tímida, é considerada positiva pela entidade. “De forma geral, o cenário econômico para 2023 é desafiador. A análise varejista que fizemos aponta uma mudança de comportamento do consumidor, ou seja, as pessoas não deixarão de comprar, mas pretendem reduzir o quanto vão gastar”, diz Netto.
Uma recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que os preços dos ovos de chocolate estão 15% mais caros nesta Páscoa, valor três vezes acima da inflação oficial de fevereiro, de 5,06%. Já o estudo feito pela empresa de inteligência de mercado, Horus, sinaliza que os preços estão até 35% mais elevados em comparação ao ano passado.
“É uma data muito específica para o comércio pois os presentes mais procurados estão relacionados ao chocolate. Orientamos os lojistas a fazerem promoções para atrair os consumidores para que não corram o risco de ter prejuízo”, enfatiza o presidente da CDL Canoas.
Éverton destaca que as conhecidas “lembrancinhas” estão ganhando cada vez mais espaço. Alternativas em relação aos tradicionais ovos de Páscoa, como barras e coelhos de chocolate estão em alta.
“A produção de chocolates artesanais e gourmet. Esse nicho traz uma gama de opções para todos os tipos de bolsos. Além de ser uma forma de gerar renda e empregos temporários, alguns com chance de efetivação”, finaliza.
Para responder a pesquisa de Páscoa CDL Canoas 2023, clique aqui.
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Produção de chocolate artesanal fomenta economia local
Ovos, barras e coelhos de chocolate produzidos de forma artesanal fomentam a economia local e são alternativas aos preços nada doces dos ovos de Páscoa industrializados vendidos nos supermercados.
Tamires Sbruzzi Fetter, sócia proprietária de uma cafeteria no bairro Marechal Rondon, começou em 2020 a produzir e vender ovos de colher, barras de chocolate recheadas e coelhinhos.
“A Páscoa é uma data muito importante dentro da confeitaria, a partir disso, decidi elaborar um catálogo especial para esse período”, salienta.
Tamires conta que a expectativa é de aumento nas vendas, mas de uma forma diferente. Ela explica que quando começou, três anos atrás, os ovos de colher estavam em evidência, e hoje, a procura é maior por lembrancinhas.
“Os coelhinhos e as barras recheadas são o foco. Os clientes têm procurado algo que não seja tão volumoso e que seja mais em conta. Uma pessoa tem três filhos, ao invés de comprar um ovo para cada, ela opta por comprar mais itens e gasta praticamente o mesmo valor”, evidencia.
Os ovos de colher (450/500g) vendidos por Tamires variam entre R$ 95 a R$ 115.
Preço dos insumos encarece produto final
Para atender a demanda, Tamires criou um catálogo para que os clientes possam escolher e antecipar os pedidos. Ela projeta produzir e comercializar até o fim da Páscoa cerca de 800 coelhinhos de chocolate.
“Também trabalhamos com o sistema à pronta-entrega. Nesses três anos de experiência observei que até a manhã de domingo temos um fluxo de procura alto. Uma parcela de clientes acaba deixando para a última”, salienta.
A limitação de produção do artesanal é destacado pela empresária. Ela explica que estipula uma meta para que não haja desperdício.
“Temos toda uma cadeia de fornecedores, produção, compras. Hoje, eu trabalho com cinco sabores de ovos de colher, três sabores de coelhos recheados, cinco de barras recheadas, coelhos maciços de chocolate. É preciso planejamento para não ter perdas significativas”, ressalta.
Tamires aponta que o aumento de preço nos insumos encareceu a Páscoa de 2023. Embalagens, açúcar, chocolate, todos tiveram reajustes consideráveis.
“Ano passado vendia um ovo de colher por R$ 85, agora está na faixa dos R$ 100. O movimento de dar lembranças nesse período vem desde 2022. A projeção que fizemos é de aumento no faturamento, mas de forma diferente, investindo mais em barras e coelhinhos e apostando menos em ovos de colher”, destaca.
Com um preço mais acessível, as barras e coelhos recheados são os produtos da vez, aponta Tamires. “Com o valor na faixa de R$ 30, o cliente leva o sabor e a qualidade da produção artesanal, além de embalagem. Para quem quer presentear, é uma ótima pedida.”
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