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SOLIDARIEDADE

CATÁSTROFE NO RS: Voluntários se unem para doar a quem mais precisa

Grupos de pessoas têm dedicado horas e dias pelo bem do próximo

Susete Mello
Publicado em: 10/05/2024 às 17h:45 Última atualização: 10/05/2024 às 17h:46
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Existem muitas mãos fazendo o possível e, às vezes, até o que parece impossível para tornar a vida de famílias atingidas pela enchente mais digna. São pessoas que se unem para arrecadar alimentos não perecíveis e água, para separar roupas doadas, para montar kits de higiene e limpeza, para preparar marmitas até com mensagem de esperança na embalagem e até para conseguir barcos para resgatar quem está na água. Eles formam um grupo de voluntários e passam a dedicar horas e dias pelo bem do próximo, e fazem questão de prestar contas dos valores doados.

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Voluntários no grupo sediado no Sindicato dos Sapateiros  | abc+



Voluntários no grupo sediado no Sindicato dos Sapateiros

Foto: Divulgação

Uma das histórias é contada pelo empresário Tiago Rafael Nitz, 32 anos. Amigos que jogam futebol, nas quartas-feiras na Wallau Centro de Esportes, no bairro Rondônia, resolveram que poderia ajudar com o preparo de marmitas. A ideia tomou forma e agora tem até nome, Marmitex FC.

No início, eram sete pessoas com a intenção de não ficar parado e colocar a mão na massa mesmo, e agora a rede conta com 500 pessoas envolvidas tanto na parte de alimentação quanto em outras demandas, como na arrecadação e distribuição de produtos de higiene e limpeza, roupas, colchões, itens necessários para quem mais precisa. “O povo todo está se ajudando e temos muita parceria. Não é só aqui que está acontecendo, pois sozinho não se consegue fazer muita coisa”, acrescenta Nitz.

Ele diz que essa situação deixa um legado de continuidade da ajuda a todo mundo. “A humanidade existe ainda, por mais que existam muitas coisas ruins, pessoas ruins, mas têm milhares de pessoas boas. Tem muito mais gente boa do que gente ruim. A gente precisa saber disso e precisamos ver essas pessoas que precisam realmente de ajuda”, diz.

“Para nós, muitas vezes é pouco, doar uma pouca quantidade de alguma coisa, mas para as outras pessoas que não têm nada, isso é muito. Estamos diante de uma situação que milhares de pessoas estão sem nada e o pouco que a gente tem para eles é tudo. Que possamos realmente pegar a causa, não só quando acontecem as tragédias, mas continuar isso”, declara Nitz.

A tarefa deles é ajudar o próximo

Alunos e ex-alunos da Fundação Liberato, todos gincaneiros, estão envolvidos em uma tarefa só: ajudar a quem mais precisa. A iniciativa foi da equipe Trio Eletro, do curso de Eletrotécnica, que venceu a gincana este ano. No entanto, as rivalidades nas provas no final de abril foram deixadas de lado, unindo as equipes TNT (Química), Máfia da Graxa (Mecânica) e Atrôpelando (Eletrônica), com apoio de pais e famílias, por uma grande corrente de solidariedade. Foi aí que surgiu o “juntos podemos mais”.

Na organização são 15 pessoas liderando grupos de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Esteio/Sapucaia e Canoas, mas ao todo já são mais de 200 envolvidos nas ações. “Nossa experiência em gincana é fundamental na organização, com planilhas das demandas, contagens de itens, entregas na rua e especialmente a prestação de contas de tudo que recebemos”, relata a estagiária de Eletrotécnica, Sara Eduarda da Silva Goettems, 21 anos, uma das líderes em São Leopoldo.

Os voluntários arrecadam roupas, alimentos, compram produtos para montagens de kits de higiene pessoal, direcionam pessoas para abrigos, ajudam na adoção de animais e até barcos para resgate conseguiram. “Temos tudo organizado em planilha, como mapeamento de abrigos por cidade, necessidades de cada um deles, contatos de responsáveis e até quem tem o barco para auxiliar”, declara Sara. A gincana das equipes está ainda em andamento e o troféu que buscam a cada dia é o de doar às famílias e salvar vidas desta tragédia gaúcha.

Centenas de recursos chegam para auxiliar

É no Sindicato dos Sapateiros, no Centro hamburguense, que voluntários de Novo Hamburgo e Estância Velha se unem para receber donativos, como água, produtos de limpeza e alimentos não perecíveis e marmitas para distribuirem principalmente para famílias que não estão em abrigos públicos.

O professor Pedro Antonio Mattos, 31, e o sociólogo Nícolas Duprat, 28, que atuam na área de comunicação e logística, contam que diariamente conseguem distribuir 800 refeições, em dois momentos do dia.

São aproximadamente 100 pessoas que integram movimentos da cidade, especialmente da cultura, ambientalistas e movimentos sociais, envolvidos na ação nesse momento que vive o Estado. O trabalho tem credibilidade. Tanto que nesta semana, por meio da influencer de culinária e ex aluna da Fundação Liberado, Angélica Herrmann, em contato com o CEO da Vakinha.Com, Thiago Cid, o grupo recebeu a doação de R$ 100 mil.

Metade do valor será para compra de 240 colchões, 140 deles de solteiro e 100 de casal, e os outros R$ 50 mil formação de kits de limpeza com botas, luvas e máscaras. Outros R$ 200 mil estão em avaliação pelo portal e, se aprovados, serão destinados para aquisição de móveis para famílias atingidas pela cheia.

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