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VALE DO PARANHANA

CATÁSTROFE RS: Trincas, rachaduras e riscos de deslizamentos de terra tiram pessoas de casa

Família que desocupou casa no bairro Garibaldi dorme em kombi por temer saques

Susete Mello
Publicado em: 13/05/2024 às 16h:33 Última atualização: 13/05/2024 às 16h:34
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A evacuação em áreas com riscos de deslizamentos e a destruição total de uma casa marcaram a segunda-feira (13) em Igrejinha, no Vale do Paranhana.

Em Igrejinha, casa despenca no bairro Viaduto | abc+



Em Igrejinha, casa despenca no bairro Viaduto

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Na madrugada, por volta de 1 hora, uma casa de madeira foi atingida por terra na Rua Willy Flesch, no bairro Viaduto. A casa ficou totalmente destruída e duas pessoas foram retiradas com vida pelo Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, que também pediram para a família da casa ao lado sair.

O comandante do CBVI, Graciano Ronnau, esclareceu que se tratava pai e filho. “O pai [que foi retirado] com algumas escoriações por conta do desabamento e o filho, que tem comorbidades e usa bolsa de colostomia, foram conduzidos ao hospital para avaliação médica”, explicou.

Em Igrejinha, no bairro Garibaldi, famílias deixaram casa próxima a área com trincas e rachaduras,  | abc+



Em Igrejinha, no bairro Garibaldi, famílias deixaram casa próxima a área com trincas e rachaduras,

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Já em outro ponto da cidade, no bairro Garibaldi, 14 famílias e uma empresa, na Rua Franz Christian Koch e no entorno dela, tiveram que evacuar os prédios preventivamente na manhã desta segunda-feira. Rachaduras em pista, árvores em declive e estalos evidentes foram constatados.

O secretário de Obras, Bruno Antônio Vieira Cardoso, explica que a área fica no acesso à usina de reciclagem do município. No domingo (12), moradores comunicaram à pasta, via Defesa Civil do município, sobre a presença de trincas e rachaduras. A orientação foi que saíssem.



“No entanto, agora pela manhã (segunda) triplicou de tamanho, aumentou bastante essas trincas e há aumento no número de casas com a solicitação de evacuação”, explica.

 

Fora de casa e dormindo na kombi

A prefeitura disponibilizou caminhões e operários para realizar a mudança dos moradores do bairro Garibaldi. Uma das famílias que depositava os móveis em um dos caminhões era da manicure Andressa Inácio dos Santos, 43 anos.

Em Igrejinha, famílias deixaram casa próxima a área com trincas e rachaduras, como a  manicure Andressa Inácio dos Santos, 43 anos, que ficará em kombi  | abc+



Em Igrejinha, famílias deixaram casa próxima a área com trincas e rachaduras, como a manicure Andressa Inácio dos Santos, 43 anos, que ficará em kombi

Foto: Susi Mello/GES-Especial

“Estou muito nervosa e preocupada. A gente não sabe nem o que fazer. Até então estávamos ajudando todo mundo, que estava enchendo de água, e agora veio esse perigo para nós”, comentou, enquanto familiares e amigos retiraram os pertences de dentro de sua casa.

Ela conta que desde o domingo há aparecimento de rachaduras na rua e que o pedido para saírem de causa ocorreu na manhã de segunda. “Aqui mora eu, meu marido, filho e a nora. Vamos levar algumas coisas para a casa da cunhada em Três Coroas, mas não podemos sair totalmente porque há quem leve o pouco que a gente tem”, frisa. Por isso, a exemplo do que ela e seu marido fizeram na noite de domingo para segunda, irão dormir na kombi, utilizada para serviço de jardinagem.

“A mão de Deus salvou”

Em Igrejinha, o vizinho da casa que caiu no bairro Viaduto, o vigilante Marcelo Rosa, 48 anos, conta que foi a mão de Deus que salvou o pai e filho que vivem na casa. | abc+



Em Igrejinha, o vizinho da casa que caiu no bairro Viaduto, o vigilante Marcelo Rosa, 48 anos, conta que foi a mão de Deus que salvou o pai e filho que vivem na casa.

Foto: Susi Mello/GES-Especial

O vizinho da casa que caiu no bairro Viaduto, o vigilante Marcelo Rosa, 48, conta que a área é perigosa. “Teve só escoriações pelo que a gente sabe. Era uma área bem perigosa, porque já tinha dado um desabamento há um mês. Elas estão construídas em cima de uma rocha e a terra foi comendo e não tem mais sustentação. Assim, foi a mão de Deus que estava em cima de pai e filho”, declara o vigilante, que já teve a casa atingida por água anos atrás.

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