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ENCHENTE NO VALE DO PARANHANA

CATÁSTROFE RS: "Temos famílias que a casa foi levada embora", conta secretário de Igrejinha

Nesta segunda-feira, a prefeitura anunciou que as 70 famílias desabrigadas na cidade serão concentradas no Salão Paroquial Imaculada Conceição

Susete Mello
Publicado em: 06/05/2024 às 17h:44
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Famílias atingidas pela enchente em Igrejinha, que estavam em dois alojamentos até a segunda-feira (6), estarão concentradas no Salão Paroquial Imaculada Conceição, da comunidade católica, no Centro.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Social, Valter Ribeiro, havia 70 famílias, contabilizando 160 pessoas, em dois alojamentos do bairro Bom Pastor, no Colégio Luterano Redentor e na Escola João Darcy Reinheimer. “Precisamos concentrar esse pessoal todo num lugar, porque esse centro de distribuição tem tomado muito dos profissionais e acaba ficando uma pressão grande também desses dois alojamentos, por falta de recursos humanos”, explica.

Em Igrejinha:  Salão Paroquial Imaculada Conceição, da comunidade católica, abrigará pessoas que estão em alojamentos | abc+



Em Igrejinha: Salão Paroquial Imaculada Conceição, da comunidade católica, abrigará pessoas que estão em alojamentos

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Com esse encaminhamento, o secretário frisa que terá a noção exata de quantas pessoas estão realmente desabrigadas e os motivos. “Ou porque pagavam o aluguel e a casa está sem condições, ou porque era casa própria e agora está sem condições de morar por oferecer algum risco, ou porque simplesmente a casa não existe mais, porque temos famílias que a casa foi levada embora”, salienta.

Apesar da concentração na comunidade católica, o centro de distribuição de alimentos, roupas, kits de limpeza e higiene permanecerá na Escola Machado de Assis, na Rua Cristoph Schaefer, 65, no bairro 15 de Novembro.

Em Igrejinha: aposentado Flávio da Silva, 54 anos, que mora com sua esposa, filha e neta na mesma casa, pegou alimentos porque a água chegou a dois metros de altura em sua casa  | abc+



Em Igrejinha: aposentado Flávio da Silva, 54 anos, que mora com sua esposa, filha e neta na mesma casa, pegou alimentos porque a água chegou a dois metros de altura em sua casa

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Na manhã de segunda-feira havia fila para famílias atingidas buscarem doações. O aposentado Flávio da Silva, 54, que mora com sua esposa, filha e neta na mesma casa, lembra que a água chegou a dois metros de altura.

Eles foram para a casa do filho do aposentado em Taquara, e no retorno, na segunda-feira, precisavam de alimentos e materiais de limpeza. “Eu espero que as coisas comecem a voltar ao normal. A gente não perdeu a vida, e já foi uma grande vitória. Eu vejo isso aí como uma luta pra todos”, arremata.

“Eu ouvia as pessoas gritando por socorro”

A auxiliar de professor, Yasmin Klein Silvano, 21, também foi buscar donativos no centro de distribuição. Enquanto aguardava sua vez na fila, ela lembrou a madrugada de quarta-feira (1º) para quinta-feira da semana passada (2).

“Começamos a arrumar as nossas coisas e vimos pessoas com água na cintura, vizinhos com água até o telhado e pessoas dentro de casa gritando, pedindo, por socorro, cachorros latindo. E não tinha nada o que fazer. Foi um cenário de tristeza”, relembra a jovem que teve a casa atingida na enchente de 2023, mas nada igual ao que entrou desta vez.

Funcionários ajudam empresas na limpeza

Em ruas centrais de Igrejinha, materiais e móveis de empresas também eram vistos nas calçadas. Na Calçados Quintin, o diretor Romeu Michaelsen informou que, dos 85 funcionários, aproximadamente 40 estavam ajudando na retirada da lama de dentro da área de produção nesta segunda. Desde sexta-feira (3) houve mutirão.

“Uma vida toda na empresa e em questão de horas, a gente perde tudo”, salienta Michaelsen. A previsão de retomada do trabalho é na quarta-feira.

O secretário de Administração e Desenvolvimento Econômico de Igrejinha, Alberto Vinícius Petry, reuniu-se com o Sindicato da Indústria nesta tarde. “Os números do impacto da enchente ao setor produtivo serão levantados entre hoje [segunda] e amanhã [terça (7)], com a cooperação do sindicato, e visam contribuir com um levantamento da Fiergs. É um olhar preliminar para ver impacto e significativos prejuízos”, destaca.



Situação na região

Em Taquara, clube comercial precisa de voluntários

Durante toda a semana, o Clube Comercial permanecerá recebendo doações para famílias atingidas pela enchente histórica. O prédio estará aberto das 9 às 17 horas. Além disso, há necessidade de voluntários para organização de kits.

Os principais itens para doação de alimentos são: arroz, farinha de trigo, feijão, açúcar, farinha de milho, massa, azeite, bolacha.

De materiais de higiene pessoal, são necessários: sabonete corporal, escova de dente e papel higiênico.

Também é preciso de: vassoura, saco de lixo, esfregão, esponja e pano de chão para os kits de limpeza.

Em Rolante, há área interditada por movimento de terra

A Defesa Civil de Rolante está monitorando uma localidade com risco de deslocamento de terra. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Gustavo Rosa, a estrada do Morro da Figueira está com um trecho interditado por conta dessa situação.

Por conta disso, 11 famílias foram para casas de familiares por precaução. “A questão maior é o monitoramento para ver o que vai acontecer com o terreno em si. Acredito que, com o solo ficando firme, já dá uma amenizada grande. A tendência é firmar, não estragar nada, se Deus quiser”, sublinha.

Em Parobé, há 40 abrigados pela prefeitura

Conforme a prefeitura, a cidade teve mais de 6 mil desalojados em função da enchente. Desse montante, mais de 600 pessoas foram para abrigos da prefeitura, mas, na segunda-feira, permaneciam aproximadamente 40 pessoas ainda abrigadas.

As águas dos bairros mais afetados, Mariana, Nova Guarujá, Paraíso, XV, Distrito de Santa Cristina do Pinhal, já recuaram. Com isso, moradores estão no processo de limpeza e retorno para suas residências.

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