O Rio dos Sinos vem baixando lentamente na região, mas não significa que as famílias atingidas pela enchente possam sentir alívio. A meteorologista Estael Sias, da Metsul, explica que a demora no nível do Sinos é porque o Guaíba, em Porto Alegre, está muito alto. Às 13h15 desta quarta-feira (8), o lago estava em 5,06 metros. “Ele vai demorar muito a baixar, porque agora vai ter vento sul. Está represando e não deixa o Sinos escoar”, explica Estael.
A orientação da meteorologista é que as pessoas devem se preparar para ficarem fora de casa, em abrigos ou com familiares. “Esse cenário vai continuar por bastante tempo e teremos ainda vento sul, que tende a fazer subir o Guaíba e, por efeito cascata, pode subir o Sinos”, explica.
Além disso, há previsão de chuva entre sexta-feira (10) e terça-feira (14) na bacia do Sinos, em volumes altos, como os modelos têm colocado. E quando a chuva parar, após terça-feira da próxima semana, ingressa o vento sul com frio.
“Do que se enxerga hoje, é para um pouco pior. Realmente, estou muito pessimista com o que ainda vai acontecer. O poder público vai ter que se preparar para muitas semanas tendo que dar suporte a essas pessoas. É preciso uma operação gigantesca para a gente sobreviver desta tragédia”, arremata.
Baixou 14 centímetros em Campo Bom
Na manhã desta quarta, enquanto percorria o bairro Barrinha, em Campo Bom, o prefeito Luciano Orsi declarou que o Sinos baixou 14 centímetros em um dia cidade, embora a torcida era por mais. “Eu acredito que um pouco deve estar ocasionando essa situação é a parada do Guaíba, que está estável e muito alto. Isso acaba diminuindo a velocidade do escoamento da água”, salienta.
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Ela diz que a passagem de veículos de passeio ainda não é possível no bairro. Além de caminhonetes, o que está entrando são jipes, retroescavadeira e caminhões. “Nós precisávamos de uma baixa de mais 10 a 14 centímetros até amanhã [quinta] para poder passar carro e o pessoal voltar à normalidade, mas estamos preocupados com a chuva que está prevista”, declarou.
Moradores da Barrinha faziam fila para conseguir transporte e chegar em suas casas nesta manhã. A dona de casa Jaqueline Adriana Cabral Gros, 33, e seu marido, o oleiro Marcos José de Souza, 42, foram de retroescavadeira e torcem para que a água realmente tenha vazão para a limpeza do local. Eles estiveram na residência na terça-feira (7) e conseguiram alimentar o gato, que estava em cima de um móvel. “Perdemos tudo”, conta Jaqueline.
Moradores do bairro Barrinha, em Campo Bom, faziam fila para conseguir transporte e chegar em suas casas nesta manhã.
Crédito: Susi Mello/GES-Especial pic.twitter.com/I6eD1uSdaS
— Jornal NH (@jornalnh) May 8, 2024
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