Entre um sorriso, um abraço e uma palavra de conforto, a solidariedade segue se multiplicando em Novo Hamburgo. Para além das doações materiais, há centenas de voluntários que estão doando tempo para ajudar as mais de 4 mil pessoas atingidas pela enchente do Rio dos Sinos.
No momento que a cidade vive, em que todos estão fragilizados, oferecer ajuda é o mínimo
que a população pode fazer. Além daqueles que auxiliaram nos resgates de milhares de pessoas, outras centenas de voluntários trabalham incansavelmente nos pavilhões da Fenac e outros abrigos.
Seja na separação de uma roupa, na entrega de um alimento, ou nas atividades para divertir as crianças, os voluntários arregaçam as mangas e se colocam à disposição do que for preciso.
Neste domingo (5), por volta das 13 horas, quando as refeições prontas para entregar aos abrigados chegaram, automaticamente uma fila de voluntários se formou para começar a distribuição dos alimentos.
O analista financeiro Paulo César da Rosa, 30, era um dos que circulavam de um lado para o outro levando marmitas e solidariedade. “Estou desde sexta ajudando em outros ginásios. Decidir ajudar é o mínimo que todo hamburguense tem que fazer agora. Estou vendo todo mundo bem engajado”, comentou.
Entre os trabalhos, além da ação prática e braçal, há voluntários realizando atendimento psicológico e psiquiátrico para os afetados pelas enchentes. A psicóloga Andressa Bourscheid é uma das que está oferecendo assistência aos atingidos.
“Estamos circulando por aqui para aqueles que quiserem conversar que nos procurem. Essas pessoas atingidas acabam se concentrando nos seus colchões, não saem. Então, vamos até eles para acolher”, explicou Andressa.
Segundo a profissional, os relatos são bastante emotivos, e os moradores sentem necessidade de colocar para fora a situação. “A maioria nunca passou por isso. Falam bastante que estão anestesiados, e agradecem muito por estarem vivos”, relatou Andresa.
Os atendimentos de terapia ocupacional acontecem no mesmo andar, e é possível ter acesso também a suporte psiquiátrico. Conforme o enfermeiro do CAPs Centro e voluntário no setor de Saúde Mental da Fenac,, Yuri Marques de Souza, 31, o atendimento é feito com escuta qualificada e individual, em cabines improvisadas. “Toda a rede está mobilizada para o atendimento às pessoas vítimas das enchentes. O atendimento em saúde mental se torna vital e necessário nesse momento”, destacou o voluntário
Abrigada na Fenac, moradora de São Leopoldo agradece atendimento
A moradora do bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, Monalisa Maria Gomes, 48, foi resgatada no sábado (4) e encaminhada para Novo Hamburgo. Ela é uma das que agradece o atendimento que está recebendo.
“Tive que deixar tudo para trás. Graças a Deus conseguimos ser resgatados e viemos para cá. Está sendo muito bom. Nos receberam muito bem aqui, mas a tristeza bate forte no coração da gente. Minha casinha era simples, meus móveis simples, mas era meu. Aí a gente vê a água vindo, invadindo tudo… É muito triste”, lamentou.
Como ser voluntário
Ao longo dos próximos dias, ainda será preciso muita mão de obra e tempo para voluntariado. Por isso, aqueles que quiserem se disponibilizar para atuarem nos alojamentos podem enviar mensagem para o WhatsApp 51 98054-9244 informando horários disponíveis.
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