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DO LUTO A LUTA

CATÁSTROFE NO RS: Tutores de cavalo que morreu em enchente abrigam mais de 100 cães em São Leopoldo; veja fotos

Uma moradora da região encontrou e buscou seu mascote no local nesta segunda-feira (6)

Ubiratan Júnior
Publicado em: 06/05/2024 às 22h:31 Última atualização: 06/05/2024 às 22h:33
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Na semana passada, a jornalista e advogada Bruna Kirsch de Oliveira, de 38 anos, e o esposo dela, o engenheiro civil Róger de Oliveira, 36, viveram o drama de salvar o cavalo Picasso, que nadou durante horas no Rio Caí, próximo à propriedade da família em Capela de Santana. Apesar do esforço para resgatar o animal, ele não resistiu e morreu na quinta-feira (2).


A chuva que causou rastros de destruição em 385 municípios gaúchos não deu trégua. Outros rios, como dos Sinos, começou a transbordar, fazendo com que famílias tivessem que deixar as suas casas às pressas.

Do luto pelo cavalo de estimação perdido, o casal foi à luta. Bruna e Oliveira decidiram ajudar as pessoas que tiveram que deixar seus lares em Novo Hamburgo. No desenrolar do ato de solidariedade, acolheram mais de 100 cachorros e os abrigaram em um pavilhão da família na Scharlau, em São Leopoldo.

“Fomos sábado (3), eu e meu marido, para o bairro Santo Afonso tentar ajudar de alguma forma. Ele se dispondo a entrar nas enchentes, e eu ficando ali, na retaguarda”, conta Bruna. Ela relata que durante a espera conheceu outras duas mulheres, que assim como ela não faz parte de nenhuma ONG, mas defendem a causa animal.

“Nos conectamos ali, na beira dos Móveis Líder, estávamos na rótula. O marido de uma delas estava em um barco indo buscar uma senhora que precisava de resgate para 80 cachorros”, detalha. Foi nesse momento que ela decidiu abrir o pavilhão da empresa para abrigar os animais e a tutora, que também está no local temporariamente. 

De acordo com Bruna, nem todos os animais da mulher foram levados para a Scharlau. “Acho que alguns gatos foram levados para a Fenac, porque não tínhamos espaço para os gatos”, explica.

“Desde sábado, além de pegar os cachorros dela, nós pegamos outros que foram aparecendo. Alguns muito doentes e debilitados. No sábado à noite, meu marido ficou rodando Scharlau e Vila Brás e trouxe alguns outros”, completa. Bruna ainda diz que a maioria dos cães possui coleiras e por isso criou um perfil no Instagram para postar fotos dos cachorros, para que os tutores possam os localizar. 

“Temos muitas pessoas vindo aqui. Temos muitas doações de ração e também recebemos doações de palets”, comenta. No domingo (5), o local recebeu voluntários que ajudaram na organização e também veterinários e adestradores. “Foi bem legal a participação. Porém, a gente precisa, sim, de voluntários. Precisamos ainda de voluntários, principalmente, para o turno da noite, porque é complicado deixar os animais sozinhos. Eles podem se soltar e brigar”, finaliza.

Como ser voluntário, resgatar cão perdido ou adotar?

Um grupo de voluntários foi criado no WhatsApp e quem se interessar em ajudar ou em adotar pode falar com a Bruna pelo número (51) 99921-5692. Por esse mesmo contato, quem localizar um animal perdido pode solicitar o reencontro. Como a Morgane de Moraes, que buscou seu mascote nesta segunda no local de acolhimento na Scharlau. 

Morgane resgatou seu mascote nesta segunda-feira (6) | abc+



Morgane resgatou seu mascote nesta segunda-feira (6)

Foto: Arquivo pessoal

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