O Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente da sua história. De acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil gaúcha, 397 municípios foram atingidos pela catástrofe climática. Sendo que 1,3 milhão de pessoas foram afetadas. Há 48,1 mil pessoas em abrigos e 155,7 mil desalojadas. Ao menos, 90 pessoas morreram e 131 desaparecidas.
Equipes de resgate e voluntários, nesta terça-feira (7), ainda fazem resgates de pessoas que ficaram isoladas em áreas tomadas pela água da enchente. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) recomenda que socorristas e vítimas que tiveram contato prolongado com água das cheias realizem a quimioprofilaxia, com avaliação médica, contra a leptospirose. A orientação foi publicada pela pasta na segunda-feira (6) em Nota Técnica em conjunto com a Sociedade Brasileira e Gaúcha de Infectologia.
A quimioprofilaxia é uma estratégia de prevenção de doenças infecciosas que envolve o uso de medicamentos para reduzir o risco de infecção em indivíduos expostos a agentes infecciosos.
A medida, também prevista em nota pelo Ministério da Saúde, é baseada em revisões e publicações científicas, incluindo um guia de tratamento publicado pela Organização Mundial da Saúde em 2003, apontando que a profilaxia com antimicrobianos pode ser realizada em situações de alto risco como é a que o RS presencia.
O que é leptospirose?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira, comumente adquirida através do contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados. Após eventos como enchentes, há um aumento do risco de transmissão. Há nesse cenário do Estado um risco elevado de infecção quando as pessoas retornam às suas residências. Nessas situações, quando possível, devem ser utilizadas botas e luvas onde vier a ocorrer o contato com água suja ou lama.
Qual o tratamento da leptospirose?
A indicação principal de medicamento para a quimioprofilaxia é com o antibiótico Doxiciclina. Orienta-se 200 mg por via oral, em dose única para pessoas que tiveram essa exposição de alto risco (duração prolongada) e a mesma dosagem só que uma vez por semana para equipes de resgate e socorristas. Em crianças, a dose é de acordo com o peso (4 mg por quilo) por via oral, em dose única. A alternativa para a estratégia é a Azitromicina:500 mg para adultos e 10 mg por quilo para crianças.
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