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VALE DO CAÍ

CATÁSTROFE NO RS: São Sebastião do Caí estuda novo bairro para construir casas de moradores do Navegantes atingidos pela enchente

Cidade do Vale do Caí tem mais de 600 pessoas fora de casa; entre 70 e 80 famílias tiveram as casas totalmente destruídas

Susete Mello
Publicado em: 15/05/2024 às 15h:55 Última atualização: 15/05/2024 às 15h:56
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são quase 20 dias desde a primeira vez que famílias tiveram que deixar seus lares para viver em abrigos por conta das cheias do Rio Caí. Ainda são mais de 600 fora de casa em São Sebastião do Caí. Com o nível do rio baixando, uma nova etapa de reconstrução de vida está em planejamento pela prefeitura da cidade.

O prefeito Júlio Campani solicitou à pasta de Assistência Social um levantamento sobre as condições das moradias de todas as pessoas que estão ainda em abrigos.

“A ideia é ver quantas conseguirão voltar para casa depois que o rio voltar ao leito normal e quantas famílias tiveram suas casas parcialmente ou totalmente destruídas”, informa, explicando que essa será a forma de verificar procedimentos a serem adotados nas diferentes situações em um futuro próximo.

No levantamento preliminar, informa Campani, há entre 70 e 80 famílias que estão com as casas totalmente destruídas. E é aí que o prefeito tem uma preocupação. “De onde sairão os recursos para auxiliar as famílias classificadas como pobres ou extremamente pobres que precisarão de recursos para ter sua casa novamente?”, frisa.

Essa questão, por sinal, ele levou para a teleconferência de prefeitos com o governador do Estado, Eduardo Leite. Foi dele, comentou Campani, que ouviu que para famílias classificadas como pobres ou extremamente pobres há a necessidade de dar casas a elas.

“Mas quem vai pagar? Os recursos saem do governo do Estado ou federal? Temos que ver uma fonte de custeio. Eu tenho que ter sinalização do governo do Estado de como esse assunto vai andar. Caso contrário, vou ter que correr atrás, vou ter que resolver isso”, completa.

“No momento que tiver a fonte de custeio e o tipo de casa, vamos ter que tirar as famílias da zona ribeira e colocar em zonas mais seguras”, frisa.

A maioria dos atingidos pelas cheias vivem no bairro Navegantes. Uma das alternativas, antecipa o prefeito, seria direcioná-los para uma área no Boa Vista. “Ali, ao lado do loteamento Popular, temos alguns lotes disponíveis”, conclui.

“Minha casa foi parar no meio do mato”

A declaração é da dona de casa, Eleandra Rodrigues da Silva, 42 anos, que está em abrigo em São Sebastião do Caí, com o marido e quatro filhos, de 9, 6, 4 anos e um bebê de um mês e 15 dias.

A moradora da Rua São João, no bairro Navegantes, não está pela primeira vez abrigada. A diferença é que das outras vezes conseguiu voltar para casa quando o rio baixou. Desta vez, isso não será possível.

A casa de madeira, com três quartos, sala, cozinha e banheiro, foi arrancada do terreno e pedaços de madeira foram as únicas coisas visíveis no meio de um matagal das proximidades. “As outras vezes, a casa sempre ficou em pé. Agora ficou só o terreno, a tristeza e a angústia. Não tem como voltar porque não tem casa, não tem nada”, conta.

A família vivia, até então, da renda do marido, que trabalhava como mecânico de automóveis. “Ele faz estética de carro, mas até as ferramentas foram junto com as águas”, lamenta Eleandra que não sabe como será daqui para frente, pois não tem condições de fazer uma nova casa.

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