EM BUSCA DE SOLUÇÃO
CATÁSTROFE NO RS: São Leopoldo quer terminar obras emergenciais do dique até domingo; veja vídeo
Mesmo com a chuva, a movimentação é intensa junto à casa de bombas no bairro Santo Afonso, ponto em que o dique rompeu
Última atualização: 11/05/2024 14:08
Mesmo com a chuva, a movimentação continua intensa neste sábado (11) junto à casa de bombas no bairro Santo Afonso, ponto em que houve o rompimento do dique que protege a Vila Brás e a Vila Palmeira das águas do Rio dos Sinos. A estrutura tem um buraco de aproximadamente 40 metros de extensão no lado leopoldense. Desde quinta-feira, máquinas e caminhões da Construsinos, empresa que foi contratada pela prefeitura de São Leopoldo, trabalham no local (veja vídeo abaixo).
A intenção é alcançar o dique e fazer uma obra emergencial, de modo a estancar a entrada de água do Rio dos Sinos que, neste momento, escorre da região para dentro do leito. Pela manhã, as máquinas já estavam ao lado da casa de bombas, depositando pedras no terreno.
No entanto, como a previsão é chuva de 200 milímetros até segunda-feira, a expectativa é que o nível do rio volte a subir. Às 9h50, a marca estava em 6,57 metros em Novo Hamburgo, nível que chegou a 9,73 metros no pico da enchente, extravasando a proteção do dique e levando as águas do Sinos para dentro dos bairros.
Em entrevista à Rádio ABC 103,3 ao meio-dia deste sábado, o prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi informou que entre o final do dia de hoje e o começo do domingo uma contenção emergencial já será vista no local. “Com isso a gente vai estar protegendo esta região e impedir a entrada de água [do Sinos] para dentro da bacia [do arroio Gauchino]”, disse.
O trabalho das máquinas e operários é acompanhado de perto pelos moradores da Vila Palmeira, que caminham cerca de dois quilômetros até chegar ao ponto do rompimento. Com a vila completamente alagada, com água na altura dos telhados, eles estão na expectativa de quando poderão retornar para suas casas.
Entre elas está o carpinteiro Josias de Queiróz, 36 anos, que nasceu na Palmeira e sempre viveu na vila. Pai de cinco filhos, está alojado há oito dias em um abrigo municipal. Com chinelos nas mãos, encarou o trajeto, na esperança de ver o dique refeito. “A gente só quer voltar pra casa”, disse.
Dentre os desafios que os operários enfrentam está a fragilidade da via onde circulam os caminhões que, no caso, é o próprio topo do dique. Como choveu muito e a área ficou alagada, primeiro foi preciso depositar pedras no trajeto. Mas a combinação de tráfego pesado e a chuva também já fragilizam o caminho.
Para agilizar o carregamento de tachões, a Construsinos deposita o material às margens na BR-116, próximo ao viaduto do bairro Scharlau. Cada caçamba leva 13 metros cúbicos de cascalho.