ÁREAS DE RISCO
CATÁSTROFE NO RS: São Francisco de Paula contratará geólogo para avaliar encosta da Barragem do Salto
Desde a noite de segunda-feira (13), a comunidade que reside na proximidade precisou sair às pressas devido aos riscos de desabamento e formação de ondas
Última atualização: 15/05/2024 18:02
Desde a noite de segunda-feira (13), a comunidade que reside das proximidades da Barragem do Salto, em São Francisco de Paula, precisou sair às pressas devido aos riscos de desabamento da área de encosta e formação de ondas. Conforme a Prefeitura, nesta quarta-feira (15), o risco de deslizamento permanece.
As famílias que foram evacuadas não devem retornar as suas casas neste momento. Um geólogo será contratado pelo Executivo municipal, para fazer uma vistoria técnica nas áreas atualmente consideradas de risco.
"A CEEE também sobrevoou de drones para ver a situação e que tudo permanece como está. Notaram um pequeno aumento na fissura, que pode ser normal, mas de qualquer maneira é uma preocupação. Tem propriedades que sofreram danos, racharam, outras entraram água pelo porão ou piso do andar térreo. Isso demonstra que houve um trabalho geológico ali", justifica o prefeito Marcos Aguzzolli.
A ideia, conforme o responsável, é identificar as medidas para mitigar os problemas e resguardar as vidas, assim como o que pode ser feito para assegurar a estrutura da Barragem do Salto.
Em entrevista ao canal de televisão CNN, na terça-feira (14), o chefe do Executivo detalhou a situação.
"Tivemos muita conversa técnica com a CEEE, responsável pela segurança, devido a diversas rachaduras que aconteceram numa encosta, num hotel antigo também. Passamos de casa em casa avisando, fizemos o boletim e soamos o alarme. A CEEE trabalha com o pior cenário, que seria todo esse morro deslizando, entrando na barragem, poderia gerar onda, atingir a margem oposta e rebater, atingindo casas mais na beira da barragem. Uma parte dessa água poderia passar por cima e pegar casas abaixo da barragem. Todas as pessoas foram notificadas e retiradas das residências", explica.
Atualmente, não é possível calcular as consequências em caso de desmoronamento da área de terra interditada. Segundo a CEEE, a estrutura segue íntegra e sem risco de rompimento no momento.
"Enquanto não for identificado o risco parcial ou total, nosso trabalho é preservar as vidas. Além disso estamos evitando que as águas das próximas chuvas entrem nas rachaduras e sim escoem pelas valetas", coloca o prefeito.
Defesa Civil
A Barragem do Salto foi colocada em nível de emergência. Cidades por onde passa o Rio Caí estão em alerta para realizar evacuações, caso seja necessário.
O rompimento não seria na barragem em si, mas em morros junto a ela. Se houver o desmoronamento, a quantidade de material que cairá no rio pode provocar uma onda que atingirá comunidades ribeirinhas ao longo do leito em Canela, Gramado, Caxias do Sul, Gramado, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz.
"A CEEE faz o cuidado em todo o canal, onde escoa, onde o Caí dá sua sequência. Todo esse trabalho é monitorado não só no entorno da barragem, mas ao longo do rio. A questão do morro claro que preocupa, requer atenção. A Prefeitura dará toda assistência, não faltará abrigo, cama, alimento", finaliza o prefeito.
Conforme o coordenador da Defesa Civil de Nova Petrópolis e comandante dos Bombeiros Voluntários, Lucas Attmann, cerca de 100 pessoas saíram de suas casas após os avisos do risco de rompimento.