Órgãos oficiais, como o Instituto Geral de Perícias (IGP) e a prefeitura de Montenegro, emitiram alertas sobre os riscos de choque em resgates onde existem painéis de energia solar. Ocorre que mesmo com os equipamentos desligados, a incidência de radiação solar faz com que os módulos produzam energia.
Por isso, como orienta o professor de engenharia elétrica da Unisinos Paulo Ricardo da Silva Pereira, duas atitudes são fundamentais para evitar risco à vida neste momento de calamidade. “O primeiro é não encostar nos módulos, ficar distante deles”, alerta. Essa orientação é válida tanto para quem busca refúgio em cima dos telhados como para quem chega em embarcações para o resgate.
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A outra dica é que o socorrista use algum equipamento de proteção individual, de maneira a isolar a corrente elétrica que pode estar na água ou nas placas. Como é difícil ter acesso às luvas diante da situação de calamidade, Pereira tem outra sugestão. “Que se use uma fita isolante em um pedaço de madeira ou uma câmara de pneu de bicicleta. Alguma coisa que isole o que a pessoa vai usar de apoio no salvamento”, comenta. Conforme o professor, não se deve tentar desligar qualquer tipo de conexão.
Ele ainda orienta que, onde for possível, a alternativa para reduzir a geração de energia é cobrir os painéis com uma lona. Já nas áreas onde ainda há água subindo, os moradores podem desligar os disjuntores das residências.
“Às vezes, as pessoas falam para desconectar o circuito lá no módulo, para eliminar a fonte de geração de energia. Mas também é perigoso porque num dia que nem hoje [com sol] pode causar um risco de choque elétrico ali também”, esclarece.
O professor explica que as placas produzem energia em corrente contínua transformadas em corrente alternada pelos inversores, para então serem injetadas da rede de distribuição. Apesar dos equipamentos ligados à corrente alternada estarem desligados, há risco de produção de energia em corrente contínua por conta da incidência da energia solar. Isso porque os módulos formam um arranjo que trabalham juntos e podem chegar a mais de 100 volts, situação que oferece risco.
Além disso, como os equipamentos submersos estão em curto, não há nenhum tipo de garantia sobre o seu o funcionamento. Ou seja, não é possível saber se estão totalmente desligados. Por isso, ainda há risco da água estar energizada, situação potencializada pelas sujeiras dos rios.
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