A capital do Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente de todos os tempos. Maior, inclusive, que a enchente histórica de 1941. Conforme a Defesa Civil de Porto Alegre, são mais de 3900 pessoas em abrigos neste domingo (05).
Além disso, foram mais de 4 mil resgatados, entre a sexta-feira, 3, e este domingo, 5. O órgão recebeu 1,6 mil ocorrências no período. Os atendimentos ocorrem de forma integrada com o Corpo de Bombeiros (CBM/RS), Exército Brasileiro e voluntários.
O nível do Guaíba atingiu 5,28 metros ao meio-dia de domingo (05) e está estável. As regiões da cidade mais afetadas são: Arquipélago, Centro, Zona Norte e Zona Sul. Ainda segundo a Defesa Civil, há risco de desabamentos nas encostas de morros do município.
“Está faltando barcos na cidade, botes, isso não pode esperar dois dias, tem que ser hoje, tem que ser agora. 70% da cidade está sem água. Precisamos nos concentrar em salvar vidas neste momento e depois, em reconstruir vidas”, explica o prefeito da capital, Sebastião Melo.
Entidades comerciais, incluindo a Prefeitura e organizações locais, sugerem o fechamento de estabelecimentos comerciais em áreas afetadas pelas enchentes até terça-feira (07), enquanto a Guarda Municipal patrulha essas regiões de barco.
O Teatro Renascença atua como ponto de acolhimento, oferecendo serviços essenciais e encaminhamento para abrigos temporários. Enquanto isso, o Departamento Municipal de Água e Esgotos pede economia de água devido a quatro das seis estações de tratamento estarem desligadas, com caminhões-pipa abastecendo hospitais e abrigos.
O morador de Porto Alegre, João Pedro Lopes Gonçalves, de 21 anos, relata que na Rua dos Andradas, Mercado Público e na região do trem, a água chega na cintura das pessoas. “No Centro vi comerciantes tentando salvar suas mercadorias, moradores tentando fazer resgates de barco e também curiosos, que iam apenas gravar e tirar fotos da situação”, explica ele.
Ele mora no bairro Santo Antônio, que não foi atingido, por ser mais elevado. Porém, explica que consegue ouvir e ver os aviões do exército indo em direção ao Centro e região Norte da cidade. “Estou me sentindo preso e angustiado. Meu pai está ilhado em São Leopoldo, e fiquei em Porto Alegre para cuidar da minha vó. O sentimento é de impotência”, disse o estudante.
Como ajudar?
Os itens preferenciais, na atualidade, são colchões, produtos de higiene e água. Quem desejar ajudar com donativos, pode se direcionar a estes locais, respeitando os horários de funcionamento: Simers (24h) Coronel Corte Real, 975 – Petrópolis, Cremers (9h às 19h) Bernardo Pires, 415 – Santana, Ministério Público (9h às 18h) Av. Santana 440 – Santana, Opinião (9h às 19h) José do Patrocínio, 834 – Cidade Baixa.
Como entrar e sair de Porto Alegre?
O acesso seguro de entrada e saída da Capital é pela zona leste, através da RS-118, RS-040 e Av. Bento Gonçalves. A população deve evitar os deslocamentos em direção à Porto Alegre e principalmente para as áreas atingidas pela inundação, assim como no sentido dos acessos pela avenida Assis Brasil, Castello Branco, Av. dos Estados e BR-116, que estão bloqueadas.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), divulga que são 87 ocorrências em aberto, sendo 58 com bloqueio total de via por acúmulo de água e 13 com acúmulo de água ocasionando bloqueio parcial, 1 árvore caída ocasionando bloqueio total de via, 1 por postes e fios caídos na via com bloqueio total, 6 semáforos fora de operação devido ao evento climático. Outras 155 ocorrências já foram encerradas pelo órgão.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação recomenda que as pessoas evitem sair de casa, especialmente na Assis Brasil, crucial para resgatar aqueles ainda isolados, e que a população informe as demandas pelo app 156+POA ou números 156 e 118 do Atendimento ao Cidadão. As informações serão atualizadas, em tempo real, pelo perfil da EPTC @EPTC_POA na rede social X.
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