FAMÍLIAS FORA DE CASA
CATÁSTROFE NO RS: Onda de solidariedade é formada para ajudar quem mais precisa na região
Famílias que tiveram que deixar as casas estão sendo acolhidas no Cras Santa Marta, em Canela
Última atualização: 03/05/2024 17:04
“Estamos vivendo dias tensos, de caos. Todo mundo na rua, sem conseguir dormir direito. Esperamos que as coisas acalmem, porque está bem difícil”. O relato é da coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Santa Marta, Roseméri Müller.
Em Canela, o local serve de apoio para famílias que precisaram deixar as casas, em função dos deslizamentos de terra que ocorreram na região.
A equipe técnica do Cras, da Prefeitura e voluntários se dividem para auxiliar nas demandas existentes – e que são muitas. A comunidade tem ajudado com doações. “A nossa população é maravilhosa, está nos ajudando. As doações estão chegando e temos voluntários que estão nos apoiando”, descreve Roseméri. Até a manhã desta sexta-feira (3), em torno de 100 pessoas já tinham sido atendidas.
Entre as principais necessidades neste momento: roupas masculinas, roupas íntimas e meias. Na alimentação, o pedido é de marmitas que possam ser distribuídas, e itens para lanches, como queijo e presunto.
Para quem quiser ajudar, o Cras fica na Rua da República, número 134. O telefone de contato é o (54) 3282-5110.
Famílias tiveram que deixar as casas
No Cras, moradores da área conhecida como “Pedreira”, que tiveram que sair das casas, buscam auxílio. No local, árvores caíram e causaram um deslizamento de terra, condenando toda a localidade.
A casa em que a Jaqueline Hehn, de 28 anos, morava junto com o marido e as duas filhas foi arrastada por metros. Eles conseguiram sair antes da residência ser levada. “A casa ficava mais embaixo e foi levada quando o morro caiu. Perdemos tudo”, destaca Jaqueline. “Estamos sem rumo, mas a gente dá graças a Deus que não sofreu nenhum arranhão”, desabafa.
Algumas outras famílias estão com as casas condenadas e buscam ajuda no Cras para conseguir retirar os pertences, além de um abrigo para passar os próximos, como Adriele de Brito, de 25 anos, e Bruna Silva, de 35 anos. “Deslizamento desse jeito a gente nunca tinha visto. Moro lá há oito anos”, salienta Bruna.
Com medo de furtos na residência, Daniel Brisola passou a madrugada do dia 1º de maio na casa, já condenada pela Defesa Civil. A esposa e a filha pequena estavam abrigadas do Cras. “Era umas 3 horas e percebi que a casa começou a tremer. Tive que sair correndo”, relembra.