Pelo quarto dia consecutivo, a prefeitura de São Leopoldo realiza obras emergenciais no dique, localizado junto à Casa de Bombas do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. A estrutura se rompeu no lado leopoldense, na região da Vila Brás, limite entre as duas cidades, e o único acesso possível ao local é pela Rua Manágua, no bairro Santo Afonso.
Nesta segunda-feira (13), o trabalho foi intensificado com a movimentação de nove caminhões, que fizeram várias viagens durante o dia transportando rachões, e três máquinas, responsáveis por distribuir o material no solo. Após fazer melhorias no caminho até o dique, hoje a Construsinos, empresa contratada para fazer a obra, chegou até o Arroio Gauchinho. A estimativa é que o buraco aberto no dique tenha extensão de aproximadamente 40 metros.
O conserto emergencial no dique é acompanhado pelas promotorias de Novo Hamburgo, São Leopoldo e a Promotoria Regional Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.
Segundo o promotor Ricardo Schinestck, titular de São Leopoldo, os trabalhos estão respaldados pelos responsáveis técnicos e, até o momento, não foi registrado nada que colocasse em risco o local. No sábado (11), foi realizada um encontro entre as prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo, intermediada pelo Ministério Público (MP), para tratar sobre o assunto.
O MP tem recebido relatórios diários sobre as obras emergenciais e não houve nenhum risco relatado ou uma avaria maior que colocasse em risco à estrutura atual do dique. “Essas condutas são respaldadas por responsabilização técnica e temos que acreditar neste sentido”, pondera.
O promotor lembra que os reparos são emergenciais e posteriormente serão necessários obras de curto, médio e longo prazo. “A gente tem que ter essa noção, que a velocidade de cada ação são diferentes em cada território, pois leva em conta a peculiaridade deste território”, diz.
De acordo com ele, o retorno da população à Vila Palmeira e à Vila Brás será acompanhado pelo MP. “O retorno será somente quando todos estiverem em segurança”, declara.
Também nesta segunda, o MP informou que vai instaurar uma investigação para apurar todas as causas e as consequências envolvidas na enchente histórica, em especial, o funcionamento dos sistemas de proteção contra as cheias já existentes.
A ideia é apurar qual a interação desses sistemas de proteção contra as cheias com o regime hidrológico do Lago Guaíba e dos rios que chegam à capital. Como o Rio dos Sinos deságua no Guaíba, o sistema da região também será avaliado.
À medida que os caminhões entram e saem do caminho que leva para o dique, moradores se aproximam em busca de informações, na expectativa de que o problema seja resolvido.
Este é o caso do transportador Domingos Jorge da Silva, que completa 63 anos no dia 1º de junho. “Que presente aniversário, né?”, lamenta ele, morador da Rua Eldorado, região que está abaixo d’água. “A minha expectativa é que baixem essas águas, pra gente poder limpar as casas e ver o que é que dá pra pegar ainda, como botijão de gás e as panelas”, comenta.
O empresário Osmar Luiz Ferreira, 65, também ficou por alguns minutos no local conversando com os operários em busca de novidades. Para Ferreira, é hora de unir esforços para resolver o problema.
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