DESAFIO COMPLICADO

CATÁSTROFE NO RS: Mesmo com novas bombas para drenar água, moradores de Porto Alegre não têm previsão de quando vão voltar para casa

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) irá ceder nove equipamentos para a capital

Publicado em: 20/05/2024 21:16
Última atualização: 20/05/2024 21:16

Nos próximos dias o Rio Grande do Sul deve receber novas bombas de água cedidas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Os equipamentos, de alto potencial de bombeamento de água, serão utilizados para drenar água de regiões mais alagadas devido às enchentes que atingem os gaúchos desde o final de abril.


Primeira bomba flutuante que a Sabesp emprestou para Porto Alegre foi instalada no domingo (19) Foto: Julio Ferreira/PMPA

Ao todo, está previsto o empréstimo de 18 destas bombas. A maioria delas será destinada para atender aos bairros de Porto Alegre ainda alagados, especialmente na Zona Norte da cidade. Além disso, de acordo com o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Mauricio Loss, três destas bombas devem ser utilizadas no Aeroporto Salgado Filho, ainda tomado pelas águas. “A gente quer ajudar a acelerar o processo ali. E, também, está estudando a possibilidade de colocar no bairro Humaitá, para ajudar no escoamento ali.”

Apesar disso, Loss garante que não é possível ainda fazer uma “previsão exata” de quando os bairros que estão alagados poderão receber de volta seus moradores. Segundo ele, a perspectiva de novas chuvas tanto na capital quanto em encostas de morros é um dos entraves para fazer esta previsão.

Dois mil litros por segundo

Com uma montagem classificada como complexa, as bombas vindas de São Paulo podem levar até 10 horas para serem montadas. A demora para a montagem dos equipamentos se justifica pelo potencial dos mesmos. “Elas bombeiam dois mil litros por segundo, isso da 7,2 milhões de litros por hora. O que tínhamos conseguido até agora eram bombas de 600 litros por segundo”, explica Loss.

Mesmo com esse grande potencial, o diretor-geral do Dmae demonstra que não está no horizonte próximo da administração do órgão adquirir estes equipamentos. “Episódios como esse raramente acontecem e essa foi a maior cheia que tivemos. Claro, a gente não pode descartar a possibilidade de adquirir. São bombas caras, nem orçamos, a gente sabe pela robustez e potência que custam bastante”, afirma Loss, destacando ainda que o departamento precisará investir na recuperação do sistema bem como atender outras demandas.

Duas bombas já estão em funcionamento

Porto Alegre já tem duas destas bombas funcionando. A expectativa é que até antes do final de semana, a cidade já conte com mais equipamentos cedidos pela Sabesp. “Essas duas primeiras vieram por via aérea. Agora estão chegando via terrestre. Então, há uma expectativa de chegar uma carreta com algumas bombas hoje (segunda) à noite e outra carreta com outras bombas amanhã (terça) à noite”, projeta Loss.

Depois da chegada dos equipamentos, começa o processo de montagem. Para auxiliar, técnicos da Sabesp estão no Rio Grande do Sul trabalhando na orientação e montagem.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Matérias Relacionadas