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CATÁSTROFE NO RS: Lagoa dos Patos recebe quantidade "colossal" de água e enchente deve atingir proporções nunca vistas

Meteorologistas alertam para uma piora da enchente em Pelotas e Rio Grande entre o restante desta semana e a próxima

Nadine Funck
Publicado em: 08/05/2024 às 13h:21 Última atualização: 08/05/2024 às 13h:24
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O Rio Grande do Sul segue castigado pelo volume excessivo de chuva que causou pelo menos 100 mortes, enchentes, devastou cidades e afetou significativamente a passagem em algumas rodovias que cortam o Estado. A baixa do Lago Guaíba em Porto Alegre e dos demais rios é, de fato, um alívio em alguns pontos, mas traz preocupação para outras regiões.

Povo gaúcho pede socorro | abc+



Povo gaúcho pede socorro

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Com a água dos rios e do Guaíba descendo em direção à Lagoa dos Patos, o alerta agora é direcionado aos municípios do sul gaúcho. Na manhã desta quarta-feira (8), a MetSul Meteorologia fez um alerta para uma piora da enchente em Pelotas e Rio Grande entre o restante desta semana e a próxima, informando ainda que essa cheia “será muito grande e de graves proporções”.

A projeção é a mesma feita para as demais cidades que já enfrentam as enchentes nos últimos dias: “Água atingirá locais em que jamais chegou.”

Desce quantidade colossal de água

Os meteorologistas afirmam que “é colossal” a quantidade de água que está descendo os cerca de 300 quilômetros entre o Guaíba e a parte sul da Lagoa dos Patos, tecnicamente, Laguna dos Patos. Isso porque todos os rios que deságuam na lagoa tiveram enchente recorde ou histórica.

O maior deles, o Jacuí, alcançou um volume absurdamente alto. A usina de Dona Francisca atingiu a capacidade máxima do vertedouro (vazões de 10.600 m³/s) no final de abril. Esse é um recorde que equivale à cheia decamilenar da barragem, ou seja, “o que poderia se esperar em recorrência estimada uma vez a cada dez mil anos”. Por isso, o volume que avança pela Lagoa dos Patos é extraordinário e jamais visto.

Onde a água deve chegar?

A enchente deve alcançar locais onde nunca chegou, como o Centro de Pelotas. A projeção dos meteorologistas é de que, em alguns locais, a inundação seja severa a extrema e que grandes áreas da quarta cidade mais populosa do RS deve ficar debaixo d’água. 

À medida que chega a maior quantidade de água vinda do Norte, em direção ao canal de deságue no Oceano Atlântico, também Rio Grande poderá ser severamente afetada, com inundação significativa em vários pontos.

São prováveis inundações que afetem trechos de rodovias da região com bloqueios totais ou parciais. A inundação ainda pode chegar em lavouras ainda não colhidas e atingir o gado.

Mapa de inundação

Na medição do meio-dia desta quarta, a Lagoa dos Patos estava em 2,2 metros em Pelotas, conforme divulgado pela prefeitura. Isso significa que subiu 10 centímetros em uma hora. O canal São Gonçalo marcava 2,46 metros, um aumento de dois centímetros em uma hora.

 

A administração municipal ainda divulgou um mapa com áreas de risco de inundação. Contudo, a MetSul acredita que as regiões podem ser ampliada para outras áreas do município.

Mapa das áreas de inundação em Pelotas | abc+



Mapa das áreas de inundação em Pelotas

Foto: Divulgação/Prefeitura de Pelotas

Os meteorologistas explicam ainda que não há referências históricas de onde a água pode chegar “porque nunca houve evento desta magnitude”. Além disso, existe a possibilidade da situação se agravar em função do direcionamento e da intensidade do vento a cada dia.

Lagoas podem se unir

Com a enchente esperada, é possível que as lagoas Mirim e dos Patos se uniam pela inundação na região e no canal São Gonçalo.

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