CHEIA HISTÓRICA
CATÁSTROFE NO RS: Guaíba segue subindo e está perto de superar marcas históricas de 1941
Em Porto Alegre, mais de 400 pessoas estão desabrigadas, bairros estão sem água e a casa de bombas na av. Mauá, em frente ao Guaíba, transbordou
Última atualização: 03/05/2024 09:14
As chuvas excessivas no Rio Grande do Sul continuam e o nível do Guaíba segue subindo de forma rápida, se aproximando das marcas históricas da enchente de maio de 1941, na manhã desta sexta-feira (3), de acordo com a MetSul Meteorologia.
O nível do Guaíba superou a marca de 4,20 metros durante a madrugada desta sexta, faltando 50 metros para chegar nas cotas de 1941.
Nas cheias do ano passado, o Guaíba chegou aos 3,18 em setembro e 3,46 de novembro, quando passou as marcas de 1873, quando atingiu 3,50.
Casa de bombas transborda
A situação do Centro Histórico está crítica. Com o nível do Guaíba aumentando, a casa de bombas da avenida Mauá transbordou ainda nesta manhã, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
O departamento informou que as equipes estão sendo deslocadas para o local, para tentar conter a água que invade a avenida. "As demais casas de bomba funcionam normalmente", escreveram no X, antigo Twitter.
Desabrigados e bairros sem água
Em Porto Alegre, 418 pessoas estão desabrigadas, estando em abrigos temporários no Pepsi on Stage, Pe. Leonardi na Restinga e na Escola Custódio Melo em Serraria.
O Dmae também informou que a operação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) do bairro Moinhos de Vento foi desativado por conta da inundação. Além dele, outros pontos da cidade também podem ser afetados pela falta de água.
Segue subindo
A previsão é que o nível do Guaíba continue subindo durante o dia e, com isso, os meteorologistas afirmam que a inundação será catastrófica nas ilhas, podendo chegar até a altura de dois metros em muitos pontos.
"Espera-se ainda inundação severa no bairro Ipanema e outras áreas que não têm proteção de diques nas margens", afirma a MetSul.
Outros pontos entre os diques e o Guaíba, como a nova orla e o CT do Grêmio, também podem ficar em baixo da água. No Sul, áreas como o Lami também podem ser atingidas.
Em menos de nove meses, três vezes
Desde a enchente de 1941, é a quarta vez que o lago chega aos 3 metros. Demorou 26 anos para para a marca ser alcança novamente, com 3,11 em 1967. Então, foram outros 56 anos até que passasse do nível.
Entre 2023 e 2024, em um período de poucos meses, alcançou marcas históricas em setembro, novembro e agora.