Em Parobé, famílias revezam permanência em abrigos para evitar roubos em casas, e há quem já tenta limpar o barro que entrou na terça (30). A coordenadora do abrigo da Escola Noemy Fay dos Santos, Ariane Dietrich, salienta que no decorrer da noite desta quarta-feira (1º) a procura por abrigos deve aumentar.
“Ainda tem muita gente que está nas casas que não quer sair, com medo de roubo mesmo. Daí vem as crianças e as mulheres, mas os homens ficam nas casas”, relata. Na manhã de quarta, exemplifica, foram atendidas 90 pessoas no café da escola, mas, para o almoço, eram aguardados de 200 a 250, porque há quem fica até o último momento dentro da própria residência.
Ela lembra que em novembro de 2023 houve o mesmo comportamento. “A gente tirou pessoas com água pelo pescoço, porque eles ficam até o limite. Eles têm esse medo de levarem um pouco que ainda conseguem deixar e erguer em casa”, frisa.
A doméstica Maria Elisiane de Vargas Bueno dos Santos, 42 anos, deixou sua casa e é um caso à parte em relação aos outros que temem roubos. “Só trouxe roupa, o documento e a família. O resto ficou. Se foi, foi, se não foi, beleza”, comenta a moradora do bairro Paraíso.
Já o empresário Leo Neri Botton, 62, não escondeu a voz engasgada por conta da situação de duas casas e da empresa, no mesmo terreno que foi tomado pelas águas do Rio Paranhana, no bairro Guarujá.
Ele conta que por volta das 23 horas de terça-feira a água começou a invadir suas duas casas e a empresa. “Estamos tentando limpar primeiro a casa para poder voltar e depois a firma. Foi perdido 400 litros de óleo hidráulico e máquina”, frisa. A família ainda ergueu os porcos com um andaime e a piscina de casa ficou com água toda escura.
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