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TEMPESTADE

CATÁSTROFE NO RS: Família faz nova tentativa para resgatar cavalo durante enchente em Capela de Santana

Morador ficou cerca de três horas pendurado em uma árvore no Rio Caí para tentar fazer o salvamento do animal

Nadine Funck
Publicado em: 02/05/2024 às 14h:46 Última atualização: 02/05/2024 às 14h:49
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Morreu nesta quinta-feira (2) o cavalo que nadou durante enchente em Capela de Santana. Nesta manhã, o engenheiro civil Róger de Oliveira, 36 anos, conta que ficou cerca de três horas pendurado em uma árvore no Rio Caí, tentando fazer o salvamento do animal. “Ele acabou não resistindo.”

Picasso foi um presente de aniversário que Bruna e Róger deram ao pai dele em 24 de abril de 2020 | abc+



Picasso foi um presente de aniversário que Bruna e Róger deram ao pai dele em 24 de abril de 2020

Foto: Arquivo pessoal

Como as condições da água e a saúde do cavalo, chamado Picasso, estavam comprometidas, na tarde de quarta (1º) o animal foi deixado para passar a noite em cima de um galinheiro. Hoje, três pessoas foram ao encontro do cavalo para retirá-lo efetivamente do rio.

Em função de que o barco não aguentava muito peso, Oliveira enfrentou horas de muita tensão no Caí. O engenheiro optou por ficar em uma árvore para garantir que o animal não fosse levado pela correnteza. Além da corda, uma boia foi colocada no pescoço de Picasso.

Enquanto permanecia no local, o pai dele, o aposentado Isac Gomes de Oliveira, e o irmão Fládio de Oliveira, retornaram para buscar outro barco e concluir o salvamento do cavalo. Pela distância de cerca de dois quilômetros e pela força da água, os parentes levaram cerca de 1h15 para retornar. “Eu já estava entrando em hipotermia, já estava meio que afetando os pensamentos”, relata.

Família saiu de barco para tentar resgatar cavalo | abc+



Família saiu de barco para tentar resgatar cavalo

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Assim que o pai e o irmão chegaram com a outra embarcação, o animal começou a ser puxado. Oliveira, no entanto, estava sendo levado pela água, até que outro barco viu o engenheiro e se aproximou para fazer o salvamento. “Faltando 2, 3 minutos, o barco [que puxava Picasso] não resistiu à correnteza.”

Oliveira conta que o animal se enrolou no fio de um poste de luz que também estava na água e acabou afundando. O irmão do engenheiro puxou o cavalo para a superfície, mas ele já demonstrava poucos sinais de vida. “Quando eu olhei pra ele, eu estava uns 50 metros de distância, ele já não estava se mexendo muito”, relata. Mesmo enroscado nos fios, o corpo do animal foi levado até um morro. Oliveira constatou o óbito do cavalo assim que encostou nele.

A jornalista e advogada Bruna Kirsch de Oliveira, 38, esposa do engenheiro, acrescenta que dois porcos foram resgatados nesta ação. “Faltou apoio dos Bombeiros, da Defesa Civil. O único órgão que estava tentando chegar lá era o Grad [Grupo de Resposta a Animais em Desastres], mas eles estavam se deslocando de Porto Alegre”, explica.

Ainda conforme Bruna, o marido está desolado pela perda do animal. “O Picasso foi um presente de aniversário que demos ao pai do Róger em 24 de abril de 2020”, contou ela. Ela acredita que o animal estava no rio desde a meia-noite de terça (30), quando o nível do rio começou a subir.

O corpo do cavalo foi deixado onde o engenheiro constatou a morte de Picasso. A família vai tentar retirá-lo assim que a água baixar. 

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