CAMPO BOM
CATÁSTROFE NO RS: "Estar aqui é um conforto", afirma morador em abrigo após passar a noite flutuando sobre colchão
Campo Bom tem cerca de 300 pessoas desabrigadas e que aguardam o nível do Rio dos Sinos baixar em abrigos montados pela prefeitura
Última atualização: 05/05/2024 15:48
Em um dos abrigos montados pela prefeitura de Campo Bom para receber as vítimas da enchente, o clima era de alívio entre os desabrigados. Após passar mais uma noite no local com a esposa, o filho e o enteado, o industriário Kleber Leandro Wilbert, 48 anos, expressa o sentimento de gratidão.
“Para quem passou a noite flutuando em cima de um colchão com a esposa e os filhos, estar aqui é um conforto”, afirma.
Após atingir a máxima histórica de 8,58 metros na sexta-feira (3), neste domingo (5), o nível do Rio dos Sinos seguia com o nível em queda na cidade. Às 13h30, a marca era de 7,89m, segundo a prefeitura.
No abrigo, os moradores têm garantidas todas as refeições, assistência à saúde, roupas limpas, e o que mais importa: um local seco e uma cama quente para passar os dias enquanto a água do Rio dos Sinos não baixa graças a mobilização de moradores não atingidos pela enchente, que seguem realizando doações.
Morador da Vila Rica, o industriário afirma que nunca havia tido a casa invadida pela água nas enchentes anteriores que atingiram Campo Bom.
“Na pior enchente que já havíamos enfrentado, no ano de 2013, a água não chegou dentro da casa”, recorda. Desta vez, ele e a família deixaram o imóvel com a ajuda da Defesa Civil por volta das 3 horas da madrugada de sexta-feira (3) com água na altura das janelas. “Isso que nossa casa é alta, fica cerca de 1 metro de altura do nível da rua”, pontua.
São cerca de 300 desabrigados e 1,5 mil desalojados
Conforme balanço divulgado pela prefeitura, Campo Bom tem cerca de 300 pessoas desabrigadas. No ginásio municipal, para onde foi levada a família de Kleber Leandro Wilbert, estão abrigadas 158 pessoas. Outras 65 pessoas foram para o ginásio do CEI, e 26 moradores foram recebidos na sede da Acofe. Além disso, há mais de 50 moradores acolhidos em salões de igrejas das proximidades.
Também foram computadas mais de 1,5 mil pessoas desalojadas no município. Estes moradores, contudo, foram para a casa de parentes e amigos. Os principais bairros afetados pela cheia são Barrinha, Porto Blos, Vila Rica, Operário, 25 de Julho e Mônaco.