TRAGÉDIA
CATÁSTROFE NO RS: Dado prévio indica mais de 7,5 mil casas destruídas pela cheia na região
Maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, provocou destruição em mais de 400 cidades
Última atualização: 24/05/2024 12:40
A enchente de maio, considerada a maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, provocou destruição em mais de 400 cidades e trouxe prejuízos de toda ordem, desde lavouras inteiras arruinadas a hospitais afetados. Mas o pior dos prejuízos ainda diz respeito às famílias que viram o sonho de uma vida toda ser levado pelas águas.
Um levantamento prévio realizado pelo Grupo Sinos junto ao Ministério das Cidades e às prefeituras indica que 7.542 casas foram destruídas ou danificadas pela enchente nos vales do Sinos, Caí e Paranhana. Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas são os municípios que reportaram o maior número de casas que não apresentam mais condições de serem habitadas ou que sofreram danos consideráveis e dependem de reforma para que os moradores possam retornar. Somente nestes três municípios, são quase 6,7 mil imóveis destruídos.
Impotência
A dor de retornar ao local onde residia e ver a casa em ruínas tem causado um sentimento de impotência a inúmeras famílias. "Minha casa não existe mais, ficaram duas ou três tábuas de pé. Voltar lá e encontrar minha casa desse jeito me trouxe um misto de sentimentos: tristeza, agonia e angústia. O cenário era de guerra, com tudo destruído e revirado", descreve a artesã Eleandra Rodrigues da Silva, 42 anos.
Moradora do bairro Navegantes, em São Sebastião do Caí, Eleandra segue em um abrigo aguardando um sinal do governo sobre as promessas de auxílio para reconstruir sua casa. "Estamos à espera de um milagre. Por enquanto, não tivemos sinal de nada." Ela se refere às manifestações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante passagem por São Leopoldo, de que famílias carentes afetadas seriam beneficiadas com casa nova.
Os municípios afetados pela enchente têm até o final do mês para encaminhar ao Ministério das Cidades formulário com números atualizados da catástrofe. O documento visa colher as necessidades de moradias das famílias desabrigadas. Conforme o ministro Jader Filho, os dados servirão como ponto de partida para o governo planejar ações com o objetivo de suprir a demanda por habitações em conjunto com o governo do Estado e municípios.
Até a última quarta-feira (23), o Ministério das Cidades recebeu a notificação de 41 municípios do RS, sendo que apenas 8 são da região. O governo explica que os números informados até o momento são estimados, pois muitas cidades possuem áreas alagadas e ainda estão contabilizando as moradias destruídas ou danificadas.
O prefeito de Campo Bom e presidente da Famurs, Luciano Orsi, participou de uma reunião com o ministro das Cidades nesta semana e sugeriu a construção de casas de PVC para agilizar as obras. Orsi diz que em Campo Bom foram em torno de 400 residências atingidas, entre destruídas e danificadas. O prefeito garantiu que o município tem condições de oferecer terrenos com infraestrutura em área urbana para a construção das moradias.
Já a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Novo Hamburgo, Roberta Gomes de Oliveira, sinalizou que a prefeitura busca por terrenos. A estimativa é de que a cidade necessite de 2 mil novas moradias.