RECONSTRUÇÃO

CATÁSTROFE NO RS: Ao menos 10% dos moradores atingidos pela enchente começaram a voltar para casa em Campo Bom

Atingidos pela chuva iniciaram a limpeza das casas nesta segunda-feira (6); nível do Rio dos Sinos baixou um metro desde a marca mais alta registrada na última sexta-feira

Publicado em: 06/05/2024 15:59
Última atualização: 06/05/2024 16:09

Campo Bom teve uma segunda-feira (6) marcada por uma baixa lenta do Rio dos Sinos, mas alguns moradores já começaram a retornar para limpar as casas atingidas pela enchente.

No começo da tarde, a cidade do Vale do Sinos ainda tinha 3 mil desalojados, dos quais mais de 300 foram abrigados no Ginásio Municipal, no ginásio do CEI e na sede da Acofe, além de igrejas locais. Mais de 100 pessoas de São Leopoldo foram levadas ao Ginásio do Sesi.


CAMPO BOM: No bairro Operária, onde as águas estavam mais baixas, móveis, eletrodomésticos e roupas estavam encharcados em frente à casas. O industriário Jairo Gonçalves Alves, 52 anos, morador da Rua João Antônio da Silva, conta que a água alcançou um metro da parede da casa, onde mora c om esposa e filho Foto: Susi Mello/GES-Especial

O prefeito Luciano Orsi, em entrevista à Rádio ABC 103.3 FM, na manhã de segunda-feira (6), informou que das casas que estavam debaixo d'água, em torno de 10% dos moradores tiveram condições de começar o trabalho de limpeza e o retorno para casa.

No bairro Barrinha, por exemplo, a água invadia a rua próxima à ponte que atravessa o Rio dos Sinos hoje. A movimentação pela manhã era muito intensa de moradores recebendo itens de limpeza, com vassoura, rodos, baldes e produtos, além de kits montados com produtos de higiene.

Tratores e retroescavadeiras realizavam o transporte até as casas. A industriária Sandra Maria de Oliveira Viegas, 47, estava fora há uma semana. Moradora da Rua Pio XII, na Barrinha, ela carregou o kit de limpeza para tirar o barro de sua casa.


Madalena do Espírito Santo espera transporte para limpar casa na Barrinha, em Campo Bom Foto: Susi Mello/GES-Especial

Já a dona de casa, Madalena do Espírito Santo, 42 anos, moradora da mesma rua, aguardava sua vez no transporte, ao lado de um filho mais velho, que a abrigou desde quinta-feira com os outros dois filhos mais novos.

Seu marido permaneceu na casa. "Ele ficou lá porque estavam roubando. Invadiram a chácara uma vez e ele espantou e na outra noite voltaram novamente e ele estava preparado novamente", relata.

Ela não sabia a situação que encontraria sua casa, mas seu marido conta que a água chegou na altura da janela. "Eu vou lá para ver como está e se já dá para limpar, porque sei que ainda há água na estrada", relatou.

No bairro Operária, onde as águas estavam mais baixas, móveis, eletrodomésticos e roupas estavam encharcados em frente às casas. O industriário Jairo Gonçalves Alves, 52 anos, morador da Rua João Antônio da Silva, conta que a água alcançou um metro da parede.

Por isso, foram jogados fora, roupas, roupeiro, balcões de cozinha, colchão e cama. "Hoje (segunda) que deu para entrar, pois ontem (domingo) ainda tinha água aqui em toda entrada", frisa.

Nível do Rio

Por volta das 8 horas da manhã desta segunda-feira, Orsi informou que o Rio dos Sinos estava em 7,67 metros. Porém, "ainda hoje ela seria a segunda maior enchente da história." Já às 15h50 de hoje, a régua junto à ponte da Barrinha marcava 7,58m, exatamente um metro a menos que a marca mais alta  registrada na noite de sexta-feira (3), quando o nível chegou a 8,58 metros.

Orsi explica que a diminuição do nível do Rio dos Sinos está mais lenta hoje e que depende da saída de água dos municípios vizinhos. "Ontem (domingo), até baixou rapidamente um metro e agora ele [o rio] segue baixando menos". "Dependemos ainda de fatores de deságua do Guaíba e tudo para poder baixar mais ainda aqui a nossa água", disse.

Doações

A prefeitura de Campo Bom, com clubes de serviços locais, divulgaram um Pix para doações. A chave é campobomsolidario@gmail.com. Contatos com a Defesa Civil ou Secretaria Municipal de Obras são (51) 99631-4625 e (51) 99803-3629.

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