NA VOLTA PARA CASA

CATÁSTROFE NO RS: 4 Dicas para recuperar eletrodomésticos e eletrônicos atingidos pela enchente

Alunos e professores voluntários ajudam no conserto em projeto da Universidade Feevale

Publicado em: 23/05/2024 17:46
Última atualização: 23/05/2024 17:47

Famílias afetadas diretamente pela enchente voltam para sua casa e deparam-se com eletrodomésticos e eletrônicos cobertos do barro que a água levou para ambientes internos.


O professor de Engenharia Eletrônica, Paulo Ricardo Viana, com os alunos Gabriel Gaudert e Cauê Ryan Puntel Lampert, no conserto de equipamentos na Feevale Foto: Susi Mello/GES-Especial

O ideal é levá-los para uma revisão técnica especializada em uma assistência técnica, mas diante da situação que o Estado vive, os moradores podem se deparar com uma grande demanda nos locais especializados e com custos muito altos. Por isso, o coordenador dos cursos das engenharias de Computação, Eletrônica e Elétrica da Universidade Feevale, Murilo Fraga da Rocha, dá quatro dicas importantes para quem estiver com essa situação:

1 - Na tentativa de salvar esses utensílios de casa, o primeiro passo é não ligar o equipamento na energia elétrica, pois ele pode queimar e até causar choque elétrico;

2 - O segundo aspecto é usar uma ferramenta adequada (chave de fenda ou Phillips) para abrir o equipamento e retirar a placa eletrônica. Para facilitar a montagem, lembre de filmar ou fotografar as partes para depois conseguir montar corretamente o equipamento. Lave bem com água limpa e, se necessário, utilize um pincel para retirar poeira, areia ou qualquer resíduo da água suja da enchente;

3 - O terceiro passo é secar todo o equipamento. Não basta secar a água aparente, mas também qualquer umidade aparente. Nesse caso, é importante usar secador de cabelo em temperatura não muito quente, aquele que o ar não queima a pele;

4 - E depois desses três passos é a vez de remontar o equipamento e testar. "As chances de funcionar é grande", declara o coordenador.

Na volta para casa

Os moradores precisam verificar se os disjuntores estão desligados antes de ligar a energia. Rocha salienta que esse cuidado é fundamental, porque a água entra na tubulação elétrica, como tomadas, interruptores, iluminação e nos equipamentos ligados na tomada. "Os riscos de choque elétrico, curto-circuito e acidentes graves é muito grande", aponta.

Ele fala da importância de contratar um eletricista, técnico ou engenheiro especializado em revisão elétrica. "Nunca mexa na instalação elétrica sem prévio conhecimento devido ao risco de morte", aconselha.

Alunos e professores voluntários ajudam no conserto

Em salas do prédio verde da Feevale, alunos e professores voluntários participam do projeto "Limpeza e Secagem de Equipamentos Eletrônicos". O coordenador informa que mais de 300 equipamentos da comunidade atingida pela enchente foram recebidos.

Desse montante, 60% a 70% foram recuperados, porém, como é grande procura por esse trabalho voluntário, não há mais espaço para acomodar todos os equipamentos da comunidade atingida.


O professor de Engenharia Eletrônica, Paulo Ricardo Viana, com os alunos Gabriel Gaudert e Cauê Ryan Puntel Lampert, no conserto de equipamentos na Feevale Foto: Susi Mello/GES-Especial

O professor Paulo Ricardo Viana, de Engenharia Eletrônica, participa como voluntário e coordenador dos laboratórios. "Apresentamos essa proposta de limpeza dos equipamentos para ver se conseguimos que os equipamentos voltem a funcionar, e para o prejuízo não ser tão grande para as pessoas", comenta.

Entre os voluntários estão os alunos Gabriel Gaudert, 18 anos, estudante de Engenharia da Computação, e Cauê Ryan Puntel Lampert, 22, do curso Ciência da Computação. " É um trabalho importante, porque eu sinto que pouca gente está nessa área que permanece como voluntário", frisa Gabriel, que chega a ficar dois dias limpando um equipamento para tirar todo o barro.

A princípio, todos os equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos são possíveis serem consertados, desde que não tenham caído e/ou quebrado com a força da água. O contrário, Rocha explica que, submerso por vários dias na água, o equipamento pode ter sofrido oxidação nos componentes.

"É possível desmontá-lo, fazer a limpeza e secagem completa retirando toda umidade, porém, as peças danificadas devem ser substituídas por novas, e com as peças novas, remontá-lo com grandes chances de o equipamento voltar a funcionar, porém, em muitos casos, os custos dessas peças torna inviável o conserto, sendo indicado o descarte do equipamento", acrescenta.

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