Alexandra Dougokenski foi condenada no fim da noite de quarta-feira (18) a 30 anos e 8 meses de prisão pela morte do filho caçula, Rafael Mateus Winques, assassinado em 2020. Desde de que a família começou as buscas pelo menino, em 15 de maio daquele ano – horas depois do homicídio – a mãe da vítima construiu cinco narrativas diferentes sobre o fato.
Primeira versão
Nos dez primeiros dias que antecederam o encontro do cadáver, Alexandra sustentou a possibilidade do filho ter fugido.
Segundo versão
Em 25 de maio de 2020, ao confessar o crime e apontar o local onde o corpo estava, ela atestou homicídio acidental, em decorrência da ingestão de dois comprimidos de diazepam, e alegou o uso de uma corda apenas para movimentar o corpo. Porém, o exame toxicológico deixou claro que a quantidade era insuficiente para matá-lo.
Na noite da morte do filho, Alexandra pesquisou na internet sobre substâncias que diminuem a resistência física e psíquica e assistiu a vídeos pornográficos com asfixia. As marcas no pescoço e o laudo de necropsia confirmam que Rafael morreu estrangulado.
Outro motivo que aponta a autoria do crime para ela, é o fato de não ter buscado ajuda para tentar salvar a vida do filho.
Terceira versão
No dia 27 de junho daquele mesmo ano, Alexandra disse que ‘agiu por impulso’, visto que Rafael estava muito agitado naquela noite. Ela relatou que foi ate o quarto do filho, amarrou-o e puxou até sair do cômodo. Quando o menino parou de se mexer, cobriu sua cabeça e o carregou até o terreno vizinho. Contudo, os laudos indicam que ele não foi arrastado e que o crime foi premeditado, visto que Rafael não esboçou nenhuma defesa, pois estava sob efeito do Diazepam.
Quarta versão
Em 18 de dezembro de 2020, já presa, Alexandra escreveu uma carta em que escreveu que Rodrigo Winques, pai de Rafael, e um comparsa, ambos armados, teriam tentado levar o filho na madrugada, versão que sustentou durante o depoimento de quarta-feira. No entanto, Rodrigo teria matado o menino com uma corda no pescoço dentro da casa. Ele teria colocado o corpo da criança dentro de uma caixa de papelão.
Diversas provas excluem o pai de Rafael da cena do crime, entre elas registros de GPS e conexões de dados do celular de Rodrigo que apontam sua localização para Bento Gonçalves entre 13 e 16 de maio.
Quinta versão
Ao abandonar o plenário em 21 de março de 2022, a defesa de Alexandra sustentou que Rafael estava vivo no dia do crime e apresentou áudios constantes no celular do pai da criança como provas. No entanto, a perícia atestou que as mensagens foram meramente encaminhadas ao aparelho.
Contraponto
A defesa da condenada afirma que pedirá redução de pena e anulação do julgamento, visto que “a condenação foi injusta”.
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