Após mais de 12 horas, o julgamento de Paula Caroline Ferreira Rodrigues, de 29 anos, encerrou por volta das 21h20 da sexta-feira (15) no Foro da Comarca de Canoas. Ela era acusada de envolvimento no assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, morto aos 22 anos, com 19 tiros de pistola em Canoas em 2015.
Paula respondeu pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e de ocultação de cadáver. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), pela ocultação, houve a extinção de punibilidade pela prescrição.
Pelo crime de homicídio a ré foi absolvida pelo Conselho de Sentença. Julgado em 2020, o outro réu do mesmo processo criminal, Juliano Biron da Silva, foi condenado a 18 anos de prisão.
Como foi o júri
Prestaram depoimento o Delegado de Polícia Marco Antônio Arruda Guns que atuou na investigação do caso, e a ré . Atuaram na acusação a Promotora de Justiça Denise Sassen Girardi de Castro e na defesa os Advogados Rodrigo Schmitt da Silva, Jean Severo, Sofia de Freitas, Agenor Neto, Rodolfo Francisquinho e Franklin Krausen.
Durante os debates, a promotora Denise fez uma retrospectiva de todos os atos da investigação. Realizou a leitura de depoimentos, relatos e dados de perícia. Pediu a condenação por homicídio com as três qualificadoras, ressaltando as provas colhidas. “O réu Juliano não aceitou o fato de ter sido traído e ela (ré) o ajudou na consumação do crime”, disse.
Os advogados de Paula defenderam a absolvição, sustentando que a ré foi coagida por Juliano a participar da ação criminosa. Segundo a defesa, a mulher viveu um relacionamento abusivo com agressões físicas e psicológicas, somadas ao fato da posição que Juliano ocupava de ser um dos líderes de uma facção criminosa.
Relembre o caso
O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, 22 anos, foi encontrado morto na Prainha de Paquetá, em Canoas na manhã de 28 de julho de 2015. Ele teria sido morto naquela madrugada, após ser vítima de uma emboscada.
Conforme o MP, Juliano não aceitava o relacionamento amoroso existente entre Paula e a vítima. Segundo a acusação, a mulher atraiu o rapaz para um encontro, para que ele fosse morto com vários disparos de arma de fogo.
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