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JUSTIÇA

CASO DO FOTÓGRAFO MORTO: Mulher envolvida em assassinato será julgada ainda neste ano; saiba quando

Paula Caroline Ferreira Rodrigues, 29 anos, é acusada de participar da morte de Gustavo Bertuol Gargioni em 2015

Juliano Piasentin
Publicado em: 30/10/2023 às 18h:50 Última atualização: 15/12/2023 às 11h:31
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A Justiça agendou nesta segunda-feira (30) o julgamento da ré Paula Caroline Ferreira Rodrigues, de 29 anos, acusada de participar da morte do fotógrafo Gustavo Bertuol Gargioni. O júri será no dia 15 de dezembro, às 9h30. Ela estava foragida desde setembro, no entanto, presa há duas semanas, em uma clínica no bairro Bom Fim, em Porto Alegre.

Paula está grávida de cinco meses



Paula está grávida de cinco meses

Foto: Polícia Civil/ Divulgação

O advogado de defesa, Rodrigo Schmitt, tentou obter a liberdade provisória ou o direito à prisão domiciliar. No entanto, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) decidiu na última sexta-feira (27) negar a solicitação. A magistrada Geovanna Rosa, afirmou que “a conduta anterior da ré permite cogitar que pretende se furtar à aplicação da lei penal.”, o que é negado por Schmitt. “Se ela quisesse mesmo fugir, já teria feito.”

Questionado sobre o tempo para o julgamento, já que o crime contra Gargioni foi cometido em 2015, o advogado afirmou que Paula nunca atrasou o processo. “Desde o início, eu sempre comuniquei que ela queria ser julgada. Tanto que em 2018 foi concedida a liberdade provisória.”

Emboscada em 2015

Segundo a Polícia Civil, Gargioni foi morto após sofrer uma emboscada armada por Paula e Juliano Biron da Silva. O crime foi cometido na madrugada de 27 de julho de 2015. A Polícia encontrou o corpo do jovem, então com 22 anos, na manhã do dia seguinte, na Prainha do Paquetá, em Canoas.

A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) concluiu que o fotógrafo foi atraído por Paula, com quem mantinha uma relação afetiva, até um veículo onde Biron os aguardava.

Biron foi condenado em 2020 a 20 anos e oito meses de prisão, mas dois anos depois estava no sistema semiaberto. Ele foi novamente preso por envolvimento com o crime organizado.

Presa em 2016

Paula, por outro lado, foi presa em 2016 e teve sua liberdade provisória concedida em 2018. No entanto, conforme o delegado Gabriel Casanova, um novo mandado de prisão foi expedido há cerca de um mês, porque ela estava evitando o julgamento, não comparecendo aos atos.

Defensor da ré, Schmitt afirma que, em 2020, época do julgamento de Biron, a defesa do réu recusou que fossem julgados juntos. “Ele recusou.” O advogado salienta que a cliente então passou a se apresentar mensalmente em juízo. “Ela não tem vontade de fugir.”

Schmitt explica que retomou o contato recentemente com a cliente. “Ela está grávida de cinco meses e com um grave problema de saúde, que ameaça a gestação”, esclarece. A juíza afirmou que Paula está com pressão dentro da normalidade e com a gestação evoluindo normalmente.

O crime que chocou a cidade

Foram 19 disparos com uma pistola 9 milímetros. Antes disso, o fotógrafo saltou de um veículo em movimento. Segundo a Polícia Civil, os executores praticavam tiro ao alvo contra a vítima. A brutalidade espantou a comunidade em Canoas e comoveu a cidade, visto que o jovem tinha um rosto conhecido. Gargioni trabalhou por dois anos no Palácio Piratini durante o governo Tarso Genro e costumava fotografar eventos no município.

Para chegar aos autores, foram mais de 300 horas de imagens checadas, gravadas por cerca de 80 câmeras de segurança. Por conta deste material, a Polícia acompanhou o trajeto feito por Biron e Paula desde que Gargioni entrou no carro, quando o fotógrafo pensou que estaria a sós com a mulher. A acusação alega que o crime foi cometido por ciúmes.

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