INVESTIGAÇÃO

CASO DO FOTÓGRAFO MORTO: Envolvida em emboscada é presa; "ela não esboçou qualquer reação"

Mulher de 29 anos é ré no processo do assassinato de Gustavo Gargioni em julho de 2015; relembre

Publicado em: 23/10/2023 14:27
Última atualização: 14/12/2023 17:58

Foragida desde setembro, Paula Caroline Ferreira Rodrigues, 29 anos, foi presa na última sexta-feira (20), por suspeita de envolvimento na morte do fotógrafo Gustavo Bertuol Gargioni.

O crime aconteceu na madrugada de 27 de julho de 2015 e o corpo do jovem foi encontrado na manhã do dia 28, na Prainha do Paquetá, em Canoas.


Paula está grávida de cinco meses Foto: Polícia Civil/ Divulgação

Segundo a Polícia Civil, Gustavo foi morto após sofrer uma emboscada armada por Paula e Juliano Biron da Silva. A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) concluiu que Gustavo foi atraído por Paula, com quem mantinha uma relação afetiva, até um veículo onde Biron os aguardava.

Em 2020, o assassino foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão, mas dois anos depois já estava no sistema semiaberto, sendo novamente preso por envolvimento no crime organizado. Por outro lado, Paula foi presa em 2016 e teve sua liberdade provisória concedida em 2018.

No entanto, conforme o delegado Gabriel Casanova, um novo mandado de prisão foi expedido há cerca de um mês, porque ela estava evitando o julgamento, não comparecendo aos atos. A captura aconteceu no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. “Ela não esboçou qualquer reação”, afirma Casanova.

Paula é ré no processo da morte do fotógrafo e um novo julgamento ainda não teve sua data marcada pelo judiciário, ela foi encaminhada ao sistema prisional.

O crime

Foram 19 disparos com uma pistola 9 milímetros. Antes disso, Gustavo saltou de um veículo em movimento e, segundo a Polícia Civil, os executores praticaram tiro ao alvo contra a vítima. A brutalidade espantou a comunidade em Canoas e comoveu a cidade pela morte de um jovem rosto conhecido.

Gustavo trabalhou por dois anos no Palácio Piratini durante o governo Tarso Genro e costumava fotografar eventos no município.

Para chegar aos autores, a Polícia Civil assistiu a mais de 300 horas de imagens, gravadas por cerca de 80 câmeras de segurança. Por conta deste material, a Polícia acompanhou o trajeto feito por Biron e Paula desde que Gustavo entrou no carro, quando o fotógrafo pensou que estaria a sós com a mulher.

O que diz a defesa de Paula

Procurado pela reportagem, um dos advogados que representam a ré, Rodrigo Schmitt, afirmou que a cliente nunca atrasou o processo. “Desde o início eu sempre comuniquei que ela queria ser julgada. Tanto que em 2018 foi concedida a liberdade.”

Schmitt afirma que, em 2020, época do julgamento de Biron, a defesa do réu recusou que fossem julgados juntos. “Ele recusou.” O advogado salienta que a cliente então passou a se apresentar mensalmente em juízo. “Ela não tem vontade de fugir, se fosse o caso, já teria fugido.”

O defensor alega que chegou a se afastar do caso e retomou o contato recentemente com a cliente. “Ela está grávida de cinco meses e com um grave problema de saúde, que ameaça a gestação. Comunicamos isso, temos o atestado de três médicos distintos e a magistrada mesmo assim solicitou uma perícia.” Schmitt diz que a consulta foi realizada na sexta-feira. “Os policiais aguardaram na sala de espera, ela foi presa logo após a perícia, estamos aguardando o resultado.”

Ainda sem um novo julgamento marcado, o advogado reiterou que vai pedir a revogação da prisão. “Espero que a decisão seja revista, a Paula não ameaçou as testemunhas, não tem pretensão de fugir.” Ele também confirmou que a cliente está em outro relacionamento e não teve mais nenhum tipo de contato com Juliano Biron.

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