A madrasta de Bernardo Boldrini, condenada pela morte do menino, deu uma entrevista pela primeira vez neste domingo (11) ao programa Domingo Espetacular, da Record TV. A conversa foi gravada dentro da penitenciária onde ela cumpre pena.
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Para a TV, Graciele Ugulini alegou estar arrependida. “Peguei o caminho da morte, peguei o caminho da destruição. Errei muito”. Ela também afirma que não teve participação direta no crime.
Ela relatou que Bernardo tomou remédio por conta própria e acabou morrendo. “Bernardo disse que estava com enjoo e dei remédio para ele. De repente, olhei para ele e estava com o olho fechado, saindo uma espuma branca da boca. Abri minha bolsa, comecei a vasculhar e vi uma cartelinha de remédio vazia”.
A madrasta não teria socorrido a criança por medo. “Vão achar que dei o remédio pra ele”, ela conta que teria pensado.
Quando um áudio em que ela diz que preferia estar na prisão por matar o menino do que continuar convivendo na mesma casa, ela defende que teve um “momento de raiva”.
Veja o vídeo
Relembre o caso Bernardo
O assassinato de Bernardo teve início em Três Passos, por volta do meio-dia de 4 de abril de 2014, e terminou com sua execução, às 15 horas do mesmo dia, em Frederico Westphalen. Graciele, a pretexto de agradar o menino, o conduziu até Frederico Westphalen.
Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, deu ao enteado Midazolam – medicação de uso controlado – sob argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com Edelvânia, amiga da madrasta. Os três seguiram para local antecipadamente escolhido na Linha São Francisco, distrito de Castelinho, próximo a um riacho, onde a cova foi aberta dias antes por Evandro.
Dando sequência ao crime, Graciele, sempre com integral apoio moral e material de Edelvânia, mais uma vez enganando a vítima, agora a pretexto de lhe dar uma “picadinha”, para ser “benzida”, aplicou em Bernardo injeção de Midazolam em quantidade suficiente para lhe causar a morte, conforme laudo pericial que atesta a presença do medicamento no estômago, rins e fígado da vítima. O menino acabou morto por uma superdosagem de medicamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado, o médico Leandro Boldrini, com amplo domínio do fato, interessado no desfecho da ação, concorreu para a prática do crime contra seu próprio filho como mentor e incentivador da atuação de Graciele. Ele participou “em todas as etapas da empreitada delituosa, inclusive no que diz respeito à arregimentação de colaboradores, à execução direta do homicídio, à criação de álibi, além de patrocinar despesas e recompensas, bem como ao fornecer meios para acesso à droga Midazolam, utilizada para matar a vítima”.
Depois de matar e enterrar o filho, Leandro fez um falso registro policial do desaparecimento de Bernardo para que ninguém descobrisse o crime.
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