A conservação do Casarão Friedrich, prédio histórico no século 19, localizado no bairro Guarani, em Novo Hamburgo, será tema da reunião-almoço do Grupo Pensado Novo Hamburgo deste mês. O imóvel, pertencente à família Friedrich desde 1887, foi atingido por um incêndio em 2 de fevereiro de 2021. O sinistro destruiu parte do andar superior, afetando o telhado. Por isso, em 5 de maio daquele ano a Prefeitura decretou o tombamento provisório do Casarão, de modo a permitir que o Município pudesse, entre outros, providenciar uma cobertura provisória.
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O trabalho foi concluído em 5 de fevereiro do ano passado, um ano depois das chamas terem consumido parte da estrutura. No entanto, a lona já se deteriorou e o imóvel está à mercê das intempéries novamente.
Segundo a presidente do Pensando, Rosana Oppitz, o imóvel está desprotegido desde junho, quando ocorreu o primeiro ciclone. “A situação da construção hoje já é crítica porque está no abandono municipal e cultural. Será que vamos deixar ruir este patrimônio tão significativo da nossa história?”, questiona.
Inclusive, o grupo protocolou um pedido de providência na Prefeitura para que fosse refeita a cobertura do casarão. Uma vistoria foi realizada no dia 7 de novembro e um guincho da Guarda Municipal chegou a ser acionado, na expectativa de recolocar a lona no lugar. Mas não foi possível porque o material está rasgado.
Herdeiro da área de 6,5 hectares onde está o Casarão dos Friedrich, na Estrada Germano Friedrich, Eduardo Friedrich reitera que a intenção da família é repassar o imóvel para outro proprietário que tenha condições de restaurar o local. “Para restaurar isso aqui vai milhões”, declarou. De acordo com ele, já surgiram propostas de interessados em se apropriar do espaço, mas sem dinheiro para pagar “o que vale”.
Conforme Eduardo, uma futura negociação de venda dependeria da Prefeitura, pois é o Município que vai autorizar o que pode ou não fazer no imóvel. Em outra reportagem, ele já havia declarado que o desejo dos herdeiros era de que toda o terreno fosse tombado como patrimônio. Em 1984, Odilo, filho de Germano e pai de Eduardo, concluiu uma grande restauração no local, que chegou a funcionar como museu. Nas décadas de 1970 e 1980 era comum as escolas levarem os alunos ao local. A propriedade conta também com um espaço onde funcionou uma senzala.
Questionado se já foi cogitada a possibilidade de demolir o prédio, a fim de dar outro destino ao terreno, ele responde. “Não pode demolir isso aqui. Tem que restaurar”, finaliza. Não há um registro exato da data do casarão, mas a atafona (espécie de moinho movido pela força animal) é de 1845.
A Prefeitura foi contatada pela reportagem. “Em razão de agenda das fontes, solicitamos que as respostas aos questionamentos possam ser enviadas nesta terça-feira”, respondeu a assessoria de imprensa, via e-mail.
Conforme a lei 2958 de 2016, que trata sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural do Município, quando há um tombamento provisório, no prazo de 30 dias, o proprietário, possuidor ou detentor do bem poderá se opor ao tombamento definitivo, desde que fundamente o pedido.
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