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Casa do prefeito de Parobé é alvo de buscas em investigação de contratos milionários que teriam sido negociados com facção

Chácara do prefeito Diego Picucha recebeu agentes da Polícia Civil e do Ministério Público na manhã desta quarta-feira (18)

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Publicado em: 18/12/2024 às 11h:48 Última atualização: 18/12/2024 às 11h:55
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Na manhã desta quarta-feira (18), uma operação conjunta do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e da Polícia Civil, denominada “Operação Confraria”, cumpriu 41 mandados de busca e apreensão em diferentes locais ligados à Prefeitura de Parobé, incluindo a residência do prefeito Diego Picucha.

A ação investiga um esquema em que uma facção criminosa teria negociado apoio político em troca de contratos públicos fraudulentos.

Busca e apreensão em Parobé  | abc+



Busca e apreensão em Parobé

Foto: Polícia Civil

MAIS SOBRE O CASO: Prefeitura de Parobé e facção criminosa negociaram contratos de mais de R$ 40 milhões

A reportagem do ABCmais confirmou com agentes que participam da operação que um dos mandados de busca foi no endereço residencial do prefeito, localizado na Rua Maria Elizia Apollo do Amaral, na Fazenda Pires, zona rural do município. Vizinhos também confirmaram a movimentação policial no imóvel desde as primeiras horas do dia.

Ao visitar o local, a equipe de reportagem encontrou o portão da propriedade aberto. Após algumas tentativas de contato, uma pessoa apareceu na janela, mas não se identificou. Em seguida, tentou fechar o portão, que não funcionou. Contudo, ninguém do imóvel saiu para conversar com a reportagem.

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“Prefeitura de Parobé em peso”: indica delegado

Além da residência do prefeito, alvos das buscas incluíram a sede da Prefeitura, a Secretaria de Educação e outras pastas do Executivo Municipal. Conforme o delegado Cassiano Cabral, diretor da divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a operação atingiu inúmeras pessoas do alto escalão do governo. 

Entre elas, um servidor comissionado (CC), que teria relação com a facção, que ganhou vaga para atuar no governo, em cargo de destaque.

“Não estamos falando em nomes de pessoas e empresas, mas o que posso dizer que é a prefeitura de Parobé em peso. Também, há dezenas de veículos que estamos apreendendo, que, de alguma forma, estão vinculados à lavagem de dinheiro dos valores alcançados com a prática das atividades ilícitas”, afirma.

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Assessoria da prefeitura fala que foi “surpreendida” com operação

A Prefeitura se manifestou por meio de nota dizendo que a operação surpreendeu a todos, mas que isso não muda a reputação do governo de Picucha. “Fomos surpreendidos com a referida operação. No entanto, isso não abala em nada a lisura da nossa gestão, reconhecida por três anos consecutivos pelo Conselho Federal de Administração como a melhor do Estado do RS no Índice de Governança Municipal, que avalia critérios como transparência, finanças, gestão e desempenho”.

Ainda por meio de nota, a administração destaca que o prefeito Diego Picucha deve se manifestar ainda nesta quarta-feira. “Informamos que o prefeito Diego Picucha irá se manifestar oficialmente sobre o assunto ainda nesta tarde”, afirma a nota.

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O esquema investigado

De acordo com o MPRS, a operação apura indícios de que uma facção criminosa teria infiltrado integrantes na administração pública de Parobé em troca de apoio político nas eleições. Empresas de fachada ou sem estrutura teriam sido contratadas irregularmente, movimentando R$ 40 milhões em contratos entre 2020 e 2024.

As investigações revelaram que agentes públicos direcionaram licitações, dispensaram certames indevidamente e participaram de lavagem de dinheiro com familiares. Foram sequestrados judicialmente 33 imóveis, 59 veículos e valores bloqueados em contas bancárias.

Prefeitura da região e facção criminosa negociaram contratos de mais de R$ 40 milhões
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