A Caravana de Direitos na Reconstrução do Rio Grande do Sul, ação da Defensoria Pública da União (DPU) em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU) e demais órgãos públicos, passou por Novo Hamburgo nesta quinta-feira (25). Na sexta-feira (26), a mobilização seguirá no Município.
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No primeiro dia, mais de 100 pessoas compareceram à Praça da Juventude, no bairro Santo Afonso, em busca da solução de problemas relativos ao encaminhamento do Auxílio Reconstrução ou de outros benefícios estaduais após a catástrofe climática que atingiu o Estado. Em Novo Hamburgo, cerca de 90% dos atendimentos foram de moradores que não estão conseguindo sacar os R$ 5,1 mil prometidos pelo Governo Federal às famílias que tiveram as casas atingidas pela enchente.
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É o caso do morador Júlio Ribas de Oliveira, 55 anos, que reside no loteamento Medianeira, na Santo Afonso, e ficou com água até a altura do teto. O operador de injetora foi o segundo a chegar na fila que se formou em frente à Praça da Juventude, por volta das 5 horas, em busca de respostas por ainda não ter recebido o Auxílio Reconstrução.
“Tá feia a coisa, a casa eu consegui arrumar um pouco, mas as coisas de dentro de casa não consegui comprar nem a metade. Estou sem TV, cama, mesa, essas coisas de móveis e eletrodomésticos”, afirma.
O mesmo vale para a aposentada Romilda Bens Amaral, 68, que segue com o pedido de auxílio em análise. “Quero saber o que aconteceu. Estou sem porta e janela na minha casa, mas estou morando nela mesmo assim, porque não tenho onde ficar. Estou contando com esse dinheiro para ajeitar minha casinha”, explica a moradora da Rua da Divisa.
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A dona de casa Rosemari Moraes de Moura, 49, está há dois meses esperando para ter os R$ 5,1 mil liberados. “Primeiro achei que fosse normal demorar, mas quando vi pessoas que solicitaram o benefício depois que eu sacar o valor, achei estranho. Então, decidi vir aqui verificar o que aconteceu”, conta. Rosemari aproveitou o momento para tentar encaminhar o Bolsa Família, já que a família conta somente com a renda do marido. Ela é mãe de três filhos.
Outros benefícios são encaminhados durante a Caravana
Conforme o coordenador da Caravana, o defensor público federal Alexandro Corrêa, a principal procura é de moradores que ainda não tiveram acesso ao Auxílio Reconstrução, entretanto, também foram realizados atendimentos de pessoas que buscam encaminhar outros tipos de auxílios concedidos pelo Governo Federal, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família.
“Estamos levando às comunidades o conceito que está na Constituição Federal que é levar assistência jurídica integral e gratuita”, explica.
A moradora da Santo Afonso Madalena Silva dos Reis, 65, tem problemas de saúde e procurou a Caravana de Direitos para encaminhar o BPC, após sugestão da equipe do Caps de Novo Hamburgo.
“Vamos ver se eu consigo receber esse auxílio, o que para mim seria importante nesse momento. Ainda não consegui me aposentar, mas também não posso trabalhar”, coloca. Segundo Jorge dos Reis, marido de Madalena, a família também tenta liberar o saque de R$ 2 mil do Pix SOS Rio Grande do Sul, benefício concedido pelo Governo do Estado.
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Embora a mobilização não seja exclusiva para a solução de questões vinculadas à enchente histórica, a abrangência e periodicidade das ações tem relação com o que aconteceu no RS entre o final de abril e o mês de maio. Até o final de outubro, conforme Côrrea, a Caravana percorrerá 111 municípios gaúchos atingidos de forma mais grave pela catástrofe climática para atendimento presencial.
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