Um capitão do Corpo de Bombeiros virou réu no Paraná por suposto desvio de doações à Defesa Civil para ajudar as vítimas da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. O oficial, Gustavo Emmanuel Gonçalves Fogaça, vai responder ação penal por peculato.
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A defesa de Fogaça diz que “tudo será devidamente esclarecido”. “O nosso compromisso com a Justiça e a nossa responsabilidade é exclusivamente com a verdade. Por isso, o oficial enfrentará a Justiça com a cabeça erguida, ciente de que trabalharemos com provas”, afirmou o advogado Bruno Andrade.
Na última segunda-feira (22), o juízo determinou a citação do capitão e pediu a ficha disciplinar individual de Fogaça. A ação é decorrente da prisão em flagrante do militar, no dia 30 de maio, em uma distribuidora de bebidas de Curitiba.
O tio do bombeiro também foi preso, na ocasião, e denunciado pela Promotoria por receptação e posse irregular de arma de fogo.
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O capitão foi flagrado pelo Ministério Público paranaense estacionando uma caminhonete em um galpão cedido à Defesa Civil, que concentrava doações às vítimas de enchentes.
Fogaça carregou o veículo com fardos de energético. Os agentes, então, o seguiram até a distribuidora de veículos, onde o bombeiro e seu tio descarregaram o energético desviado. No local, ainda foi apreendido um revólver irregular.
Em audiência de custódia, o bombeiro optou por ficar em silêncio. O juiz responsável pelo procedimento anotou que, conforme depoimentos tomados pela Polícia, o capitão “já havia praticado o desvio de donativos em outras ocasiões”, o que acabou sendo enquadrado como “prática reiterada”.
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A Promotoria ainda investigou se o capitão teria acesso a outro galpão de donativos, em um outro bairro de Curitiba. O MP informou ter recebido informações de que o bombeiro e seu tio já estavam vendendo pela internet parte dos produtos desviados.
Segundo o Ministério Público do Paraná, o capitão do Corpo de Bombeiros se “apropriou” de bebidas, roupas, computadores, instrumentos e ferramentas.
A lista de bens apreendidos registra pneus, roupas de marca – Aramis, Burberry, Adidas, Lacoste -, mais de 150 peças de roupa infantil, bolsa da marca Tommy, carteiras da Louis Vitton, relógios, garrafas de vinho, itens natalinos, tambores, um clarinete, um computador da marca Apple, uma TV 47 polegadas, máquina de solda, furadeira, kit de aparelho de otorrinolaringologista, maleta com lentes fotográficas e compressores.
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No início de junho, a Justiça revogou a prisão preventiva de Fogaça, mas suspendeu o militar de suas funções no Corpo de Bombeiros do Paraná. Ele também está proibido de frequentar o quartel, assim como a sede da Defesa Civil.
Fogaça deve se apresentar mensalmente ao juízo e não pode manter contato com outros investigados, em especial seu tio.
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