A volta às aulas significa preocupação para Elza da Silva Santos. Isso porque a vendedora autônoma de 55 anos observa, com nervosismo, do pátio de casa, as crianças que passam em frente a sua casa em direção a uma escola que fica a poucos metros do local.
Foto: Paulo Pires/GES
O problema é que não há espaço nas calçadas para que as crianças caminhem. O mato tomou boa parte do espaço, o que obriga alunos, pais e responsáveis a se arriscar ao lado de veículos, que passam em velocidade, pela movimentada via.
“Sempre que vejo fico com o coração na mão”, diz. “Como não dá para passar no meio do capim, mães com criancinhas pequenas acabam tendo que andar na beirinha do asfalto. Acho um risco enorme”.
Embora nunca tenha visto o atropelamento de um menor em frente de casa, a trabalhadora escuta constantemente as freadas bruscas que deixam marcas de pneus no asfalto.
“Outro dia quase pegaram um ciclista”, recorda. “O sujeito freou em cima, mas ainda bem que nunca pegaram uma criança. Só espero que não esperem acontecer alguma coisa para tomar uma atitude”, reclama.
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Movimento
O comerciante Leonardo Viegas, 39 anos, aponta que o problema é maior porque a A.J. Renner é uma via muito movimentada nos “horários de pico”. Ligando as avenidas Boqueirão, no bairro Guajuviras, e Santos Ferreira, na altura do Estância Velha, ela tem fluxo constante de veículos rápidos, ônibus e caminhões pesados.
“A gente entende que a calçada é de responsabilidade de cada um, mas neste caso a Prefeitura precisa avaliar e tomar uma atitude com urgência, porque tem áreas tomadas pelo mato que são terrenos onde nunca aconteceu nada. Tipo, nunca construíram, nem nada. Parece até que nem têm dono”, opina.
Prefeitura diz que o problema será resolvido
Por meio de nota, a Prefeitura de Canoas informa que a Secretaria de Serviços Urbanos esteve no local para recolher os entulhos e, nos próximos dias, deve voltar ao local e garantir a capina e limpeza da área para pedestres. A Prefeitura informa ainda que os terrenos baldios, públicos ou privados, edificados ou não, habitados ou não que estiverem com resíduo (lixo) ou com vegetação alta devem ser limpos e cercados pelos proprietários. “Caso não seja realizado, a Prefeitura pode ser informada para que possamos notificar o proprietário para fazê-lo”, diz a nota. Procedimento é abertura de processo para identificação dos proprietário e após notificação. A não execução da limpeza ou cercamento está sujeita a multa.
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