CUIDADO COM O MOSQUITO
Calor unido à chuva gera alerta de dengue na região
Sapucaia do Sul está entre as 15 cidades com mais casos no Estado
Última atualização: 24/03/2024 13:55
A combinação entre a chuva abundante dos últimos tempos e o calor é motivo de preocupação na região. Isso porque, se somados à água parada, podem gerar aumento nos casos de dengue nos municípios. Em Sapucaia do Sul, o número de diagnósticos já é de 465 e o município figura, em 12º lugar, entre os 15 com mais casos no Rio Grande do Sul em 2023.
Em primeiro lugar está o município de Santa Maria, com 5.996 casos. No segundo e terceiro lugar da lista estão as cidades de Porto Alegre e Ijuí, respectivamente com 5.302 e 4.718 pessoas infectadas. Em São Leopoldo, o número de casos é 90, ao passo que Esteio e Portão registraram 62 e 20 respectivamente e, Capela de Santana, 1.
A secretária de Saúde de Sapucaia do Sul, Flávia Motta, afirma que faz o monitoramento epidemiológico, educação em saúde aos moradores e orientações de prevenção. E, de acordo com a pasta, a cidade não registra novos casos desde agosto.
Em São Leopoldo, a gestão municipal, através da Vigilância em Saúde, têm investido em diversas ações de prevenção e conscientização para amenizar o problema. Entre as medidas estão inspeções em pontos estratégicos (cemitérios, borracharias, floriculturas, etc), nas residências e em estabelecimentos comerciais. Se localizarem larvas do mosquito, as equipes da Vigilância fazem a coleta para identificação, além de orientações à comunidade, conforme informado pela assessoria.
Em alguns casos, o responsável pela infração pode ser notificado e autuado. As irregularidades podem ser denunciadas através da Ouvidoria do SUS.
Em agosto, a Secretaria da Saúde leopoldense contabilizou os dados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, o LIRAa, e São Leopoldo apresentou alto risco para o inseto transmissor. O LIRAa possibilita o diagnóstico dos locais mais propensos para a proliferação do mosquito. A ação percorreu, por amostragem, todos os bairros do município, abrangendo mais de três mil residências. Das 228 amostras coletadas nas casas, 166 deram positivo para a dengue. O LIRAa anterior, de maio, também já apontava alto risco para a doença.
A prevenção é essencial
A melhor forma de prevenção à doença é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando águas armazenadas que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso ou manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Repelentes e inseticidas também podem ser usados. Segundo o Ministério de Saúde (MS), em crianças menores de dois anos, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado, também ajudam.
Imunidade
De acordo com o MS, é possível contrair dengue até quatro vezes. Isso porque o paciente pode ser infectado com os quatro sorotipos diferentes do vírus. Após ser exposto a um deles, a pessoa fica imune àquele sorotipo específico. Porém, ainda estará suscetível a outros três.
A vacina contra a dengue só está disponível na rede privada de saúde. Ela é usada em três doses no intervalo de um ano e só deve ser aplicada em quem já teve a doença pelo menos uma vez, segundo o fabricante, a Organização Mundial da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Esta vacina ainda não está disponível no SUS.
Fique atento aos sintomas da doença
De acordo com o Ministério da Saúde, ao perceber sintomas de dengue, o serviço de saúde deve ser procurado o quanto antes para diagnóstico e tratamento.
Os principais sintomas são: febre alta acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A infecção pode ser assintomática, com sintomas leves, sinais de alarme e de gravidade.
Em casos graves, costuma-se ter dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
Sinais de alarme
Os sinais de alarme, que podem levar a choque grave e óbito, são caracterizados por dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), hipotensão postural e/ou lipotímia; letargia e/ou irritabilidade; hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal; sangramento de mucosa e aumento progressivo do hematócrito.
A fase crítica tende a começar com a redução da febre entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase.
Grupos mais vulneráveis
Mulheres grávidas, crianças e pessoas com idade superior aos 60 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o paciente tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Tratamento
Em casos leves, o tratamento geralmente consiste em repouso relativo enquanto durar a febre, ingestão de líquidos, administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre e recomendação para retornar imediatamente ao serviço de saúde em caso de sinais de alarme. O paciente costuma ser orientado também a não utilizar ácido acetilsalicílico, além de outros medicamentos que são contraindicados em caso de dengue.
Os pacientes com sinais de alarme ou quadros graves requerem internação hospitalar para receber o tratamento mais adequado para seu quadro clínico.
A combinação entre a chuva abundante dos últimos tempos e o calor é motivo de preocupação na região. Isso porque, se somados à água parada, podem gerar aumento nos casos de dengue nos municípios. Em Sapucaia do Sul, o número de diagnósticos já é de 465 e o município figura, em 12º lugar, entre os 15 com mais casos no Rio Grande do Sul em 2023.
Em primeiro lugar está o município de Santa Maria, com 5.996 casos. No segundo e terceiro lugar da lista estão as cidades de Porto Alegre e Ijuí, respectivamente com 5.302 e 4.718 pessoas infectadas. Em São Leopoldo, o número de casos é 90, ao passo que Esteio e Portão registraram 62 e 20 respectivamente e, Capela de Santana, 1.
A secretária de Saúde de Sapucaia do Sul, Flávia Motta, afirma que faz o monitoramento epidemiológico, educação em saúde aos moradores e orientações de prevenção. E, de acordo com a pasta, a cidade não registra novos casos desde agosto.
Em São Leopoldo, a gestão municipal, através da Vigilância em Saúde, têm investido em diversas ações de prevenção e conscientização para amenizar o problema. Entre as medidas estão inspeções em pontos estratégicos (cemitérios, borracharias, floriculturas, etc), nas residências e em estabelecimentos comerciais. Se localizarem larvas do mosquito, as equipes da Vigilância fazem a coleta para identificação, além de orientações à comunidade, conforme informado pela assessoria.
Em alguns casos, o responsável pela infração pode ser notificado e autuado. As irregularidades podem ser denunciadas através da Ouvidoria do SUS.
Em agosto, a Secretaria da Saúde leopoldense contabilizou os dados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, o LIRAa, e São Leopoldo apresentou alto risco para o inseto transmissor. O LIRAa possibilita o diagnóstico dos locais mais propensos para a proliferação do mosquito. A ação percorreu, por amostragem, todos os bairros do município, abrangendo mais de três mil residências. Das 228 amostras coletadas nas casas, 166 deram positivo para a dengue. O LIRAa anterior, de maio, também já apontava alto risco para a doença.
A prevenção é essencial
A melhor forma de prevenção à doença é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando águas armazenadas que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso ou manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Repelentes e inseticidas também podem ser usados. Segundo o Ministério de Saúde (MS), em crianças menores de dois anos, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado, também ajudam.
Imunidade
De acordo com o MS, é possível contrair dengue até quatro vezes. Isso porque o paciente pode ser infectado com os quatro sorotipos diferentes do vírus. Após ser exposto a um deles, a pessoa fica imune àquele sorotipo específico. Porém, ainda estará suscetível a outros três.
A vacina contra a dengue só está disponível na rede privada de saúde. Ela é usada em três doses no intervalo de um ano e só deve ser aplicada em quem já teve a doença pelo menos uma vez, segundo o fabricante, a Organização Mundial da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Esta vacina ainda não está disponível no SUS.
Fique atento aos sintomas da doença
De acordo com o Ministério da Saúde, ao perceber sintomas de dengue, o serviço de saúde deve ser procurado o quanto antes para diagnóstico e tratamento.
Os principais sintomas são: febre alta acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A infecção pode ser assintomática, com sintomas leves, sinais de alarme e de gravidade.
Em casos graves, costuma-se ter dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
Sinais de alarme
Os sinais de alarme, que podem levar a choque grave e óbito, são caracterizados por dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), hipotensão postural e/ou lipotímia; letargia e/ou irritabilidade; hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal; sangramento de mucosa e aumento progressivo do hematócrito.
A fase crítica tende a começar com a redução da febre entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase.
Grupos mais vulneráveis
Mulheres grávidas, crianças e pessoas com idade superior aos 60 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o paciente tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Tratamento
Em casos leves, o tratamento geralmente consiste em repouso relativo enquanto durar a febre, ingestão de líquidos, administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre e recomendação para retornar imediatamente ao serviço de saúde em caso de sinais de alarme. O paciente costuma ser orientado também a não utilizar ácido acetilsalicílico, além de outros medicamentos que são contraindicados em caso de dengue.
Os pacientes com sinais de alarme ou quadros graves requerem internação hospitalar para receber o tratamento mais adequado para seu quadro clínico.