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PREVISÃO DO TEMPO

Calor fora de época continua no RS? Saiba mais sobre oscilação na Antártida que pode trazer chuva e frio

Temperaturas registradas nesta terça-feira foram quase 10°C acima da média de julho no território gaúcho

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 23/07/2024 às 22h:21 Última atualização: 23/07/2024 às 22h:24
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O calor fora de época no Rio Grande do Sul continuou nesta terça-feira (23), com marcas quase 10°C acima da média de julho. Mesmo com um denso nevoeiro no início do dia em Porto Alegre e na região metropolitana, mais tarde, a expressão popular se fez vale: “cerração que baixa, sol que racha”. As temperaturas na região beiraram os 30°C. Mas e a quarta-feira (24), seguirá quente?

Amanhecer desta quarta-feira vai ser novamente marcado por nevoeiro e neblina, mas em menos cidades | abc+



Amanhecer desta quarta-feira vai ser novamente marcado por nevoeiro e neblina, mas em menos cidades

Foto: Arquivo

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Segundo a MetSul Meteorologia, sim, o sol seguirá predominando o território gaúcho. Mas, apesar disso, a nebulosidade no Estado será predominantemente alta.

O amanhecer vai ser marcado por nevoeiro e neblina, mas em menos cidades. Contudo, pode ocorrer a formação de nevoeiro costeiro em setores do litoral durante parte do dia. 

O dia vai começar ameno e aquecer rapidamente. As temperaturas, novamente, serão muito acima do que costuma ser esperado para o mês de julho no Estado: na Grande Porto Alegre devem ficar entre 28°C e 30°C, e em cidades do Oeste e do Noroeste, devem ter marcas de 27°C a 29°C.

Mudança no tempo

Contudo, o tempo está prestes mudar. É que uma oscilação na Antártica vai trazer reflexos para o clima no Brasil. “O padrão de circulação de ventos ao redor do continente antártico neste final de julho tende a ter reflexos no tempo do Centro-Sul do território brasileiro nas próximas duas a três semanas”, explica a meteorologista da MetSul Estael Sias.

Com a projeção de ventos mais enfraquecidos ao redor do contente antártico entre os últimos dias deste mês e começo de agosto, haverá maior ondulação das correntes de veto nas altitudes em que voam os aviões de carreira. Isso fará com que a atmosfera fique mais ativa em fenômenos nas latitudes médias da América do Sul.

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“Quando isso ocorre há tendência de mais ciclones no Atlântico Sul, aumento da chuva no Brasil e, principalmente, uma maior propensão ao ingresso de massas de ar frio no Sul do território brasileiro”, ressalta a especialista.

Segundo explica Estael, a oscilação já teve um pulso negativo entre o fim de junho e começo de julho, o que trouxe o período atípico de frio muito intenso e prolongado de duas semanas na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul, que resultou em marcas históricas de temperatura baixa.

Agora, os dados indicam que a Oscilação Antártica (que é um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida) desceria a valores ainda menores que no fim de junho. Esse cenário favoreceria o ingresso de ar frio no Sul do Brasil entre o fim de julho e os primeiros dez dias de agosto. Mas isso não significa que o frio chegará com a mesma intensidade e duração que as registradas há duas semanas.

Retorno da instabilidade

Apesar de modelos numéricos analisados pela MetSul apontarem que o padrão de chuva escassa deve permanecer na maior parte do Brasil pelos próximos dez dias, os três estados da região Sul devem ter momentos com instabilidade neste período.

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“A instabilidade nos três estados deve se concentrar no começo da semana que vem com a passagem de uma frente fria na dianteira de uma massa de ar frio”, destaca Estael. Antes disso, os dias deverão seguir ensolarados na maior parte da região.

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No Rio Grande do Sul, contudo, uma fraca instabilidade deve aparecer já na segunda metade desta semana.

Ainda, mesmo no período chuvoso esperado para a próxima semana, a soma dos volumes de chuva deverão indicar baixos acumulados de precipitação no estado gaúcho, em Santa Catarina e no Paraná.

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