CALÇADO
Calçadistas trabalham para manter exportações em alta após melhor resultado em mais de uma década
Cenário positivo deve se repetir este ano na região; entenda os diferenciais que alavancaram as vendas internacionais em 2022
Última atualização: 22/01/2024 12:17
As exportações alavancaram a produção do setor calçadista em 2022 e o valor gerado com os embarques de pares brasileiros foi o melhor em 12 anos. O cenário é confirmado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). No ano passado, o setor somou 141,9 milhões de pares exportados, gerando mais de US$ 1,3 bilhão em divisas. Os números foram superiores tanto em volume (14,8%) quanto em receita (45,5%) em relação aos registrados em 2021. No comparativo com a pré-pandemia, os registros também foram positivos, 23,2% em volume e 34,8% em receita.
Para a Calçados Gonçalves, de Rolante, 2022 foi um dos melhores anos entre os 17 de atuação da fábrica. Segundo o sócio e diretor comercial Ademir Gonçalves, o crescimento em exportação foi de 15%. No faturamento total da empresa o incremento chegou a 20% em relação ao ano anterior. "Os Estados Unidos são nosso maior cliente e a economia americana ainda está devagar, mas, ainda assim, conseguimos ampliar o número de pares e o faturamento", diz.
Além dos EUA, Inglaterra e França também recebem os pares da Gonçalves, por meio de private label. E o diferencial, segundo Ademir, é a agilidade na entrega dos pedidos. "Hoje, com o projeto que desenvolvemos há mais de um ano, o cliente tem pedidos embarcados com 35 dias e fazemos que seis meses virem dois meses. Assim não precisa ter um estoque grande. O cliente americano está com o depósito cheio e na moda se você não vendeu na estação atual, esquece. Você precisa vender mais barato e, se não vender, é pior", destaca o empresário do Paranhana.
Planos para 2023
Para este ano, a Gonçalves espera um crescimento de 10% em relação a 2023, tanto na exportação de pares quanto na produção. A estimativa só não é maior porque a empresa deve investir entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões na nova marca. Recentemente a Gonçalves comprou a Cravo & Canela, que possui registro em 20 países, além da comunidade europeia. E o principal objetivo é ampliar a atuação no mercado latino.
Importações também cresceram em 2022
Em 2022, as importações de calçados também tiveram alta. No ano passado, entraram no Brasil 25,8 milhões de pares por US$ 367 milhões, incrementos 13,7% e 28%, respectivamente, ante 2021. As principais origens seguiram sendo os países asiáticos (Vietnã, Indonésia e China, que juntos responderam por mais de 80% das importações). Em partes - cabedais, saltos, solados, palmilhas, etc -, as importações somaram US$ 30,3 milhões, 26% mais do que em 2021.
Grupo Bibi aposta em lojas fora do País para expandir atuação
Na Calçados Bibi, com matriz em Parobé, o crescimento nas exportações em faturamento foi de 27% em relação ao ano de 2021. O crescimento do Grupo Bibi como um todo ficou em 15%.
"Este ano esperamos crescer também, mesmo que haja recessão mais global, ainda pela guerra na Europa e situações econômicas no mundo. Expectativa é crescer 15% este ano, tanto o Grupo Bibi quanto exportações. Temos projeto de colocar mais dez lojas na América Latina. No ano passado encerramos com 19 lojas na América Latina. Já temos loja em quatro países. A internacionalização e a exportação seguem sendo nossa estratégia de negócio. Nosso foco é exportar a nossa marca e é um processo de longo prazo", explica Andrea Kohlrausch, presidente do Grupo Bibi.
A participação em feiras internacionais também ajuda a deixar a marca de calçados infantis ainda mais em evidência. "Ano passado conseguimos retomar as viagens. Quando vamos prospectar novos mercados é importante bater na porta, discutir melhor as estratégias. Participamos de diversas feiras em 2022 e vamos participar também este ano", adianta Andrea, que recentemente esteve na NRF 2023, feira realizada em Nova York e que traz as tendências mundiais do varejo. "Estamos sempre nos reinventando, com olhar para o novo", ressalta.
Planos para a nova marca
A América do Sul deve ser a porta de entrada para consolidar ainda mais a Cravo & Canela, que terá o preview da nova coleção no próximo mês. "Vamos manter o DNA da marca, mas o design estava ultrapassado, exceto alguns modelos como coturnos. Teremos a coleção maior em maio. Estamos investindo para a nossa coleção estar entre as melhores do País", conta Ademir.
Entre maio de 2023 e maio de 2024 a meta é produzir 600 mil pares Cravo & Canela. Com isso, a capacidade produtiva anual da Gonçalves aumentará para 2,1 milhão de pares. A produção será em Rolante, na unidade da empresa no Ceará e de forma terceirizada com parceiros gaúchos.
Sobre o novo cenário político, o líder da empresa ressalta que independente do governo é preciso ter gestão estratégica. "De modo geral, sempre vai estar bom para alguns segmentos e nem tanto para outros mas, para quem está mais organizado, nunca está ruim. Sempre vão comprar sapatos. Temos mercado gigantesco no Brasil, na América do Sul, os EUA. O governo, se não atrapalhar, está ótimo."
As exportações alavancaram a produção do setor calçadista em 2022 e o valor gerado com os embarques de pares brasileiros foi o melhor em 12 anos. O cenário é confirmado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). No ano passado, o setor somou 141,9 milhões de pares exportados, gerando mais de US$ 1,3 bilhão em divisas. Os números foram superiores tanto em volume (14,8%) quanto em receita (45,5%) em relação aos registrados em 2021. No comparativo com a pré-pandemia, os registros também foram positivos, 23,2% em volume e 34,8% em receita.
Para a Calçados Gonçalves, de Rolante, 2022 foi um dos melhores anos entre os 17 de atuação da fábrica. Segundo o sócio e diretor comercial Ademir Gonçalves, o crescimento em exportação foi de 15%. No faturamento total da empresa o incremento chegou a 20% em relação ao ano anterior. "Os Estados Unidos são nosso maior cliente e a economia americana ainda está devagar, mas, ainda assim, conseguimos ampliar o número de pares e o faturamento", diz.
Além dos EUA, Inglaterra e França também recebem os pares da Gonçalves, por meio de private label. E o diferencial, segundo Ademir, é a agilidade na entrega dos pedidos. "Hoje, com o projeto que desenvolvemos há mais de um ano, o cliente tem pedidos embarcados com 35 dias e fazemos que seis meses virem dois meses. Assim não precisa ter um estoque grande. O cliente americano está com o depósito cheio e na moda se você não vendeu na estação atual, esquece. Você precisa vender mais barato e, se não vender, é pior", destaca o empresário do Paranhana.
Planos para 2023
Para este ano, a Gonçalves espera um crescimento de 10% em relação a 2023, tanto na exportação de pares quanto na produção. A estimativa só não é maior porque a empresa deve investir entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões na nova marca. Recentemente a Gonçalves comprou a Cravo & Canela, que possui registro em 20 países, além da comunidade europeia. E o principal objetivo é ampliar a atuação no mercado latino.
Importações também cresceram em 2022
Em 2022, as importações de calçados também tiveram alta. No ano passado, entraram no Brasil 25,8 milhões de pares por US$ 367 milhões, incrementos 13,7% e 28%, respectivamente, ante 2021. As principais origens seguiram sendo os países asiáticos (Vietnã, Indonésia e China, que juntos responderam por mais de 80% das importações). Em partes - cabedais, saltos, solados, palmilhas, etc -, as importações somaram US$ 30,3 milhões, 26% mais do que em 2021.
Grupo Bibi aposta em lojas fora do País para expandir atuação
Na Calçados Bibi, com matriz em Parobé, o crescimento nas exportações em faturamento foi de 27% em relação ao ano de 2021. O crescimento do Grupo Bibi como um todo ficou em 15%.
"Este ano esperamos crescer também, mesmo que haja recessão mais global, ainda pela guerra na Europa e situações econômicas no mundo. Expectativa é crescer 15% este ano, tanto o Grupo Bibi quanto exportações. Temos projeto de colocar mais dez lojas na América Latina. No ano passado encerramos com 19 lojas na América Latina. Já temos loja em quatro países. A internacionalização e a exportação seguem sendo nossa estratégia de negócio. Nosso foco é exportar a nossa marca e é um processo de longo prazo", explica Andrea Kohlrausch, presidente do Grupo Bibi.
A participação em feiras internacionais também ajuda a deixar a marca de calçados infantis ainda mais em evidência. "Ano passado conseguimos retomar as viagens. Quando vamos prospectar novos mercados é importante bater na porta, discutir melhor as estratégias. Participamos de diversas feiras em 2022 e vamos participar também este ano", adianta Andrea, que recentemente esteve na NRF 2023, feira realizada em Nova York e que traz as tendências mundiais do varejo. "Estamos sempre nos reinventando, com olhar para o novo", ressalta.
Planos para a nova marca
A América do Sul deve ser a porta de entrada para consolidar ainda mais a Cravo & Canela, que terá o preview da nova coleção no próximo mês. "Vamos manter o DNA da marca, mas o design estava ultrapassado, exceto alguns modelos como coturnos. Teremos a coleção maior em maio. Estamos investindo para a nossa coleção estar entre as melhores do País", conta Ademir.
Entre maio de 2023 e maio de 2024 a meta é produzir 600 mil pares Cravo & Canela. Com isso, a capacidade produtiva anual da Gonçalves aumentará para 2,1 milhão de pares. A produção será em Rolante, na unidade da empresa no Ceará e de forma terceirizada com parceiros gaúchos.
Sobre o novo cenário político, o líder da empresa ressalta que independente do governo é preciso ter gestão estratégica. "De modo geral, sempre vai estar bom para alguns segmentos e nem tanto para outros mas, para quem está mais organizado, nunca está ruim. Sempre vão comprar sapatos. Temos mercado gigantesco no Brasil, na América do Sul, os EUA. O governo, se não atrapalhar, está ótimo."
Para a Calçados Gonçalves, de Rolante, 2022 foi um dos melhores anos entre os 17 de atuação da fábrica. Segundo o sócio e diretor comercial Ademir Gonçalves, o crescimento em exportação foi de 15%. No faturamento total da empresa o incremento chegou a 20% em relação ao ano anterior. "Os Estados Unidos são nosso maior cliente e a economia americana ainda está devagar, mas, ainda assim, conseguimos ampliar o número de pares e o faturamento", diz.
Além dos EUA, Inglaterra e França também recebem os pares da Gonçalves, por meio de private label. E o diferencial, segundo Ademir, é a agilidade na entrega dos pedidos. "Hoje, com o projeto que desenvolvemos há mais de um ano, o cliente tem pedidos embarcados com 35 dias e fazemos que seis meses virem dois meses. Assim não precisa ter um estoque grande. O cliente americano está com o depósito cheio e na moda se você não vendeu na estação atual, esquece. Você precisa vender mais barato e, se não vender, é pior", destaca o empresário do Paranhana.