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HABITAÇÃO

Caixa oferece casas em cidades que ficam até 141 km de distância a famílias que perderam imóveis na enchente

Nova lista da Caixa para compra assistida do Minha Casa, Minha Vida Reconstrução foi divulgada nesta semana

Débora Ertel
Publicado em: 13/09/2024 às 14h:46 Última atualização: 13/09/2024 às 14h:46
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Resolver a equação da habitação, que ficou com saldo negativo no Rio Grande do Sul depois da enchente de maio, não tem sido tarefa fácil. E mesmo que se tenha dinheiro público para comprar um imóvel, não há garantia rápida de conseguir um novo lar para substituir aquele que a cheia levou.

Na quinta-feira (11), a Caixa Federal divulgou nova lista de compra assistida do programa Minha Casa, Minha Vida Reconstrução.

Das 124 famílias, 32 são de Montenegro, no Vale do Caí, e as demais para o Vale do Taquari, sendo 49 para Arroio do Meio e 43 para Cruzeiro do Sul.

ACESSE: Quatro meses depois, nenhuma casa ainda foi entregue para as vítimas das enchentes em cidades da região

Enchente em Montenegro  | abc+



Enchente em Montenegro

Foto: Divulgação/Prefeitura de Montenegro

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Ocorre que Montenegro faz parte do primeiro anúncio de selecionados da Caixa, feito em 13 de agosto, quando 34 pessoas foram chamadas. Além disso, fez parte da lista do primeiro lote Canoas, com 20 nomes, Novo Hamburgo, com 19, e Porto Alegre, com sete famílias.

Dos 34 nomes selecionados em agosto pela Caixa em Montenegro, 32 fazem parte desta nova lista. O detalhe é que todos os 124 selecionados desta semana foram convocados a comparecerem na Caixa porque terão à disposição para escolha imóveis localizados nos municípios de Gravataí, Viamão e Caxias do Sul.

No caso de Montenegro, por exemplo, a distância para Gravataí é de 76 quilômetros; para Viamão, 90 quilômetros; e para Caxias, 80 quilômetros. Já Cruzeiro do Sul, a distância para Caxias do Sul é de 114 quilômetros e para Viamão, 141 quilômetros.

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A família não é obrigada a aceitar os imóveis sugeridos inicialmente pela Caixa e pode apresentar outra sugestão, desde que atenda aos critérios do programa.

O secretário de Habitação de Montenegro, Vitor Cardoso, explica que a população atingida pela inundação do Rio Caí não quer deixar a cidade e não demonstra interesse nas novas opções. Além disso, todos enfrentam muita dificuldade de encontrar imóveis disponíveis, no valor de R$ 200 mil, que se enquadram nas regras do programa.

Até agora, apenas três pessoas encontraram casa e assinaram o contrato, aguardando a escritura para receber as chaves.

Já em Novo Hamburgo, que não recebeu uma segunda convocação, dos 19 chamados, dois assinaram contrato e os demais continuam buscando.

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“Porque muitos dos (imóveis) que são cadastrados estão financiados. O correto seria eles (Caixa) aceitarem imóveis financiados e fazerem a quitação dentro do valor. Mas a diretriz do programa não permite”, pondera Cardoso.

Outra dificuldade que as famílias têm enfrentado é a especulação imobiliária. Como a mancha de inundação foi ampliada nas cidades, os imóveis que ficam em área seca receberam uma valorização, aumentando o preço de mercado. “E os que estão dentro do preço não são aprovados na análise documental”, complementa o secretário.

Enquanto isso, Cardoso informa que há famílias vivendo em casa de parentes ou abrigadas, já que Montenegro tem contrato de abrigamento permanente.

O município cadastrou pela compra assistida 150 imóveis e ainda tem um processo, em fase de análise para assinatura de contrato com construtora, para a edificação de 192 apartamentos.

A Caixa informa que, até o momento, recebeu a intenção de venda de mais de 6,3 mil imóveis habitacionais em todo o Rio Grande do Sul. Nesta modalidade, serão beneficiadas famílias que se enquadram nas faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida, com renda mensal de até R$ 4,4 mil.

Em 15 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que “todo mundo que perdeu a casa vai ter sua casinha”. Depois, o governo federal prometeu R$ 2 bilhões para viabilizar 10 mil moradias em áreas urbanas.

Na região de cobertura do Grupo Sinos, são mais de 6,4 mil unidades habitacionais que integram projetos em andamento para vítimas da enchente. 

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