Morreu nesta segunda-feira (4), aos 80 anos, o consultor e empresário Gilberto Mosmann. Ele estava internado há alguns dias na Casa Casa, em Porto Alegre. O horário e local da cerimônia de despedida foram divulgados no fim desta segunda. Clique aqui e saiba mais.
Mosmann teve uma vida profissional de mais de 60 anos voltada à região, com forte atuação no setor coureiro-calçadista – onde foi desde auxiliar de escritório até diretor-executivo.
Foi presidente da Fenac, membro da diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Novo Hamburgo, secretário municipal em Novo Hamburgo, secretário estadual e suplente de deputado federal pelo MDB. Chegou a assumir o cargo por pouco mais de um mês.
Nos últimos anos, Mosmann mantinha uma coluna quinzenal no Jornal ABC, publicação de fim de semana do Grupo Sinos. Seu último texto foi publicado dia 10 de fevereiro deste ano.
“Aos 80, quero livrar-me passo a passo de agendas e compromissos. Escrevi desde os 60 e tantos, ora em um, ora em outro veículo do Grupo Sinos. Muito obrigado por tudo”, escreveu Mosmann quando comunicou a redação que estava encerrando sua coluna.
Acesso e ideias
Através deste espaço acessei muitas pessoas. Dessas, certamente houve as que concordaram com as minhas ideias, e por igual houve as que discordaram. Creio ter transmitido mais mensagens positivas que críticas.
É que na minha vida, desde cedo, adotei o lema do otimismo e tenho-o levado como firme orientação. Nem sempre tenho tido motivos para ser otimista, embora procure luzes ao final das obscuridades da vida.
O Brasil vive um tempo de incógnitas. Já a humanidade convive com frentes de conflitos. Nesse turbilhão, navegar é preciso, como escreveu Fernando Pessoa. E devemos ter forças para atravessar o embate das ondas perigosas e dos fortes ventos.
Neste meu último artigo, pois entendo que é tempo de alguém substituir-me aqui, enfoco dois pontos. O primeiro o do apelo à concórdia. Pessoas e grupos com dissenções principalmente políticas devem desarmar-se, sob pena de ser aprofundada a divisão do país em dois lados.
Sem abandonar ideias, exercitemos a Democracia. Para facilitar, lembremo-nos que os governos não podem tudo. Um exemplo é de que empresas, empresários e empregados são indispensáveis. Frases de efeito, pretendendo subestimar os empreendedores, em nada ajudam essa salutar composição econômica e social.
Também é preciso que se abandone a surrada prática verbal de jogar pedras no passado, com conceitos de heranças malditas e tons revanchistas. Muitos erros apontados vêm de longa data, abrangendo longos períodos, que passaram pelas gestões do próprio atual mandatário da Nação. Que ele e seus parceiros de governo não esqueçam que serão julgados daqui a quatro anos. E isso passa rapidamente.
A outra colocação é a de que jamais abandonemos metas pessoais e empresariais. A vida exige que tenhamos ideias a perseguir, mesmo que não alcancemos todas elas. Afinal, a crueza do dia a dia não elimina a cogitação de superações e a imaginação de sucessos.
Não nos frustremos com o ambiente que aparenta ser desestimulante. É vã a tentativa de pretendermos viver num mundo idealizado e perfeito. Devemos aplicar nossas capacidades para vencer etapas, qualquer que seja o patamar em que nos encontremos. Afinal, é essencial a opção pelo lado bom da vida.
Como enfatiza a canção da excepcional dupla Erasmo e Roberto, Carlos os dois: “Toda pedra no caminho; você pode retirar; numa flor que tem espinho; você pode se arranhar; se o bem e o mal existem; você pode escolher; é preciso saber viver”. O espinho e a pedra não eliminam o caminho e a flor. Cada um no seu caminho, sigamos em frente.
Obrigado pela companhia neste tempo todo em que aqui compareci com algumas ideias. Ao Grupo Editorial Sinos formulo os meus votos de que sempre siga com pioneirismo, como é a marca de seu histórico. Talvez, além das várias plataformas de comunicação social que o Grupo já disponibiliza a seus públicos, surja aí à frente alguma outra, pois é área em constante modernização. Sem jamais deixar de existir o jornal impresso.
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