Uma rachadura no asfalto, provocada pelo escorregamento do solo entre os quilômetros 191 e 192 da BR-116, mantém a rodovia em meia pista desde o dia 21 de novembro. Neste final de semana, contudo, o controle do fluxo de veículos começou a ser feito por um semáforo entre Picada Café e Nova Petrópolis. Até então, o controle era realizado por dois operários, que liberavam a passagem de veículos de acordo com o fluxo.
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Na manhã desta segunda-feira (4), o funcionamento do semáforo surpreendeu alguns motoristas, que reclamaram do tempo que precisam ficar parados mesmo sem fluxo no sentido contrário. O sinal fica aberto durante três minutos. Após, durante dois minutos, o semáforo fica no sinal vermelho para ambos lados, e é esse tempo está incomodando quem circula pelo trecho.
O motorista Moisés Antônio Schneider, 38 anos, foi um dos que se sentiu incomodado com a novidade. “O que já estava ruim, piorou. São dois minutos com trânsito totalmente parado, formando filas. Com os operadores, esse fluxo era mais otimizado”, pontua. Schneider observa que a formação de filas pode até ocasionar acidentes com a parada repentina do fluxo de veículos, embora o trecho esteja sinalizado.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) explica que o tempo da sinaleira é alterado regularmente, sendo que a adaptação ocorre de acordo com o fluxo de veículos. Essa variação é feita remotamente pelo Dnit, o que justifica a presença de câmeras de monitoramento instaladas nos equipamentos.
Sobre o tempo do sinal vermelho para ambos os sentidos, o argumento tem relação à segurança dos motoristas, já que este seria um tempo extra para a passagem de veículos pesados, como carretas, caso estes avançassem o sinal antes do fechamento. A circulação de veículos pesados é constante no trecho e, por se tratar de uma subida de Serra, a preocupação é pertinente.
Situação de emergência
O Dnit informa que decretou situação de emergência devido ao escorregamento de encosta que provocou a fissura do asfalto. Na última semana, a rachadura foi “colada” por uma empresa terceirizada com asfalto. Mesmo assim, a liberação do trânsito na pista atingida (sentido Picada Café-Nova Petrópolis) depende do Dnit.
Em nota, o Departamento explicou que “os técnicos da autarquia estão realizando os estudos geotécnicos e topográficos no local para a recuperação do trecho”. O Dnit não esclareceu o tipo de reparo que pretende realizar no ponto, nem detalhou os riscos do escorregamento de encosta.
Além desse bloqueio parcial, o órgão realiza outros trabalhos preventivos no trecho que impactam no trânsito e exigem atenção dos motoristas. O corte da vegetação às margens da rodovia e a desobstrução de valetas e bocas de lobo visam evitar acidentes durante os dias chuvosos. Ainda, está em execução o recapeamento do trecho.
Prefeitos cobram imediata solução
Os prefeitos das cidades impactadas pelo bloqueio parcial aguardam a solução imediata do problema. O prefeito Luciano Klein, de Picada Café, garante que está em constante contato com diretores do Dnit cobrando melhorias. Já Jorge Darlei Wolf, de Nova Petrópolis, admite que o problema no limite com Picada Café não prejudica tanto o município, pois o trânsito flui em meia pista, de forma alternada, e por se tratar de um trecho curto.
O que tem gerado prejuízos a Nova Petrópolis é o bloqueio total existente no quilômetro 181 – próximo à entrada do Ninho das Águias. “As pessoas que escutam que há bloqueio total na BR, em Nova Petrópolis, acham que a cidade está sem acesso, quando, na verdade, esse bloqueio é no sentido a Caxias do Sul, bem depois do acesso principal ao município”, explica. Com isso, a administração observa uma redução do fluxo de turistas na cidade, especialmente nos finais de semana.
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