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BR-116: O que causa confusão na travessia do Rio dos Sinos uma semana após liberação das novas pontes

Moradores e comerciantes analisam mudanças na BR-116 e apontam problemas na sinalização

Publicado em: 03/10/2024 16:38
Última atualização: 03/10/2024 16:42

A liberação das novas pontes sobre o Rio dos Sinos, em São Leopoldo, ocorrida há uma semana, marca o início de uma nova fase para a BR-116. Motoristas que trafegam diariamente pela rodovia, moradores do bairro Campina e comerciantes estabelecidos às suas margens, têm observado melhorias no fluxo e uma redução drástica no congestionamento, especialmente nos horários de pico. A travessia que antes levava, no mínimo, 20 minutos, hoje pode ser feita em menos de 5.


Falta de sinalização na pista e afunilamento para a travessia da ponte velha ainda impactam o fluxo de veículos na BR-116, em São Leopoldo Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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A obra, que se soma a outras intervenções realizadas no trecho - como é o caso das obras do Complexo Scharlau - foi realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para melhorar o fluxo de veículos. No entanto, os relatos de motoristas, comerciantes e moradores da região revelam que, embora as mudanças sejam visíveis, ainda há desafios a serem enfrentados, especialmente no que diz respeito à sinalização.

Afunilamento na cabeceira da ponte velha

O motorista de ônibus Valdomiro Fleck, 61 anos, observa com precisão as transformações na rodovia. Com quatro décadas de experiência ao volante, ele destaca que, apesar de a pista ter melhorado cerca de 70%, ainda existem pontos críticos que causam lentidão. Um desses pontos segue sendo a travessia da ponte velha, no sentido interior-capital.


Valdomiro Fleck é motorista de ônibus Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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Com a implementação da terceira faixa, o motorista que transita pela pista principal acaba encontrando um afunilamento no trânsito ao chegar à cabeceira da referida ponte, já que a estrutura é composta por apenas duas faixas.

“Com as obras, o trânsito está fluindo em três faixas em praticamente todos os trechos da 116, mas quando chega nesse ponto, temos só duas faixas, o que acaba trancando um pouco, mas nada comparado àquela tranqueira quilométrica que tínhamos”, analisa Fleck.

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Contudo, ele não hesita em apontar a deficiência na sinalização como um fator crucial para a confusão que ainda persiste entre os motoristas. “Falta muita sinalização ainda. Sem isso, a insegurança é grande, e a adaptação dos motoristas às novas condições de trânsito pode levar tempo”, pontua.


Alberto Henrique Mariane é dono de uma autopeças que fica às margens da rodovia Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Alberto Henrique Mariane, 50, proprietário de uma autopeças que atua há 12 anos às margens da 116, também é uma testemunha das mudanças no trecho. Ele percebe uma diminuição na passagem de caminhões em frente à sua loja, o que melhorou a segurança e a infraestrutura ao redor. “As mudanças provocadas pelas obras melhoraram bastante tudo por aqui. Há menos perigo de acidente”, afirma.

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No entanto, assim como Fleck, o empresário enfatiza a necessidade de instalação de sinalização clara. “O que falta mesmo é demarcação [pintura] das pistas e a instalação de placas. Sem isso, os motoristas ficam perdidos e os acidentes podem acontecer”, analisa.

Quem está na Campina foi beneficiado

Já o empresário Wagner de Oliveira, 41, cujo estabelecimento fica no bairro Campina, faz uma análise com perspectiva positiva. Para os moradores de sua região, a mobilidade melhorou consideravelmente a partir da liberação das novas pontes. “Antes, quem vinha do bairro enfrentava problemas para acessar a pista principal, já que a alça de acesso estava sempre trancada. Agora, o trânsito flui de forma contínua”, relata.


O empresário Wagner de Oliveira afirma que os moradores do bairro Campina foram beneficiados com mudanças Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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Ele destaca que as melhorias nos acessos facilitam a vida dos moradores que desejam se deslocar sem enfrentar o estresse do tráfego intenso no eixo principal da rodovia. Apesar das melhorias, Oliveira ressalta que a sinalização ainda precisa de atenção. “Acredito que ainda vão fazer mais ajustes, mas é essencial que a sinalização acompanhe essas mudanças”, opina.


Alça de acesso à BR não tranca mais, pois motoristas que estão no bairro Campina agora tem a opção de seguir pela rua lateral para atravessar pontes sobre o Sinos Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Dnit considera sinalização dentro das normas

Os relatos de Fleck, Mariane e Oliveira trazem à tona uma questão central: a adaptação às novas condições de trânsito, que, embora beneficiem o fluxo, ainda carecem de um suporte adequado em termos de sinalização. Com a liberação das novas pontes, o que antes era um caos no trânsito começa a se transformar em um fluxo mais tranquilo. No entanto, sem uma sinalização eficiente, a insegurança persiste, gerando um cenário em que motoristas se sentem perdidos e vulneráveis nas novas rotas.

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Apesar disso, o Dnit não entende assim. O órgão destaca que “as obras no trecho foram entregues ao tráfego com a sinalização provisória, que já está de acordo com o código de trânsito”. “Na conclusão total do segmento, até Sapucaia do Sul, será implantada a sinalização definitiva”, diz a nota.

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A autarquia reforça que os motoristas devem dirigir com atenção e observar a sinalização nas locomoções, principalmente na rua lateral, já que aumentou o fluxo do local com a implantação das pontes novas. “Referente à terceira faixa, já está implantada de São Leopoldo a Novo Hamburgo, porém ainda é necessário implantar a sinalização e, por isso, ainda não foi entregue oficialmente”, conclui o órgão.

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