Prometida para iniciar entre o final de janeiro e início de fevereiro, as obras na BR-116, entre Novo Hamburgo e Estância Velha, são aguardadas com expectativa por moradores dos bairros Roselândia e Rincão Gaúcho e motoristas que circulam pelo trecho. Entretanto, por enquanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não confirmou uma data para o início dos trabalhos.
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A única movimentação do Dnit indicando a preparação do terreno para o início das obras foi a instalação de dois controladores de velocidade, entre os quilômetros 232 e 233, no dia 12 de janeiro. Os equipamentos, que não multam, visam apenas estimular a redução da velocidade no trecho, especialmente para quando as obras iniciarem no perímetro que ficou conhecido como trecho da morte.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Rincão Gaúcho, em Estância Velha, Sergio Nunes da Fonseca, destaca que a intervenção do Dnit se faz urgente, ainda mais após o início das obras na Avenida Presidente Vargas, que interditam o acesso alternativo que os moradores tinham através da Vila Rangel. “Essa obra já era para ter começado, mas nada acontece. Corremos risco de vida ao entrar no bairro pela BR-116. Não temos mais nenhum acesso para o bairro que seja seguro, então, é isso que reivindicamos há pelo menos duas décadas”, pontua.
Na manhã desta quarta-feira (31), o motorista de aplicativo Junior Porto teve que aguardar em torno de cinco minutos para conseguir acessar a BR-116 ao sair do bairro Roselândia, em Novo Hamburgo. Além de proibida, a manobra é arriscada, mas hoje é uma das poucas alternativas para os motoristas que circulam rotineiramente pelo local. “Sem dúvidas, esses retornos e acessos que estão prometendo serão importantes. Que aconteça logo”, afirmou.
William Martins, gerente de uma revenda de automóveis, afirma que as melhorias são fundamentais, inclusive para quem tem comércio às margens da rodovia. “A gente já presenciou muitos acidentes, por imprudência e excesso de velocidade. Já ajudamos a socorrer muitas pessoas, então, esses acidentes acabam impactando no nosso dia a dia. Já estamos acostumados, mas alguns clientes ficam apavorados com o que veem”, frisa.
Segundo Martins, inicialmente, as obras devem impactar negativamente os negócios, entretanto, este é o tipo de “mal necessário”. “Após a conclusão dessas obras, os moradores e até mesmo nossos clientes terão um acesso seguro. Mas a gente espera que o governo agilize essa obra, faça acontecer, que vai ser bom para todos”, pontua.
Mudanças em ruas do entorno dependem de sinal do Dnit
Quem também aguarda um sinal do Dnit para promover as mudanças no sentido de ruas que serão impactadas pelas obras na rodovia é a prefeitura de Estância Velha.
Conforme a Secretaria de Segurança, responsável pelo Departamento de Trânsito do município, representantes da autarquia federal ficaram de sinalizar, dez dias antes do início das obras na 116, a necessidade de intervenção das ruas São Paulo e Rio de Janeiro.
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Para que as obras do Dnit sejam funcionais – e efetivas – neste ponto, trechos de ambas vias terão que ser mão única, sendo que uma delas permitirá apenas sair do bairro e a outra será o canal de acesso ao Rincão Gaúcho.
Comissão terá reunião com Dnit na próxima semana
A Comissão Especial criada por vereadores de Novo Hamburgo para acompanhar o assunto segue vigilante e cobrando do governo federal. Nesta semana, o vereador Enio Brizola (PT), que lidera o grupo, esteve em Porto Alegre em reunião com lideranças do partido e cobrou, novamente, o início das obras.
Após falar com o ministro Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, um novo encontro foi agendado para a próxima semana, desta vez com representantes do Dnit. “Estamos acompanhando todo este movimento com olhar de preocupação. Logo temos o fim do período de férias, as aulas voltam, e o fluxo vai se normalizar. E, com isso, retorna a apreensão de novos acidentes, coisa que não queremos”, analisa.
O parlamentar concorda que a instalação dos redutores foi uma medida assertiva, pois os motoristas passaram a reduzir a velocidade no trecho. Contudo, para Brizola, a ação é insuficiente. “Precisamos das obras de infraestrutura”, sublinha.
Relembre quais são as obras previstas para o trecho
Dois projetos serão executados no perímetro. Entre os quilômetros 232 e 233, será construído um canteiro de espera central, com acesso simplificado ao bairro Rincão Gaúcho pela Rua Rio de Janeiro, além de uma alça de retorno e acesso ao bairro Roselândia.
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Um pouco mais adiante, entre os quilômetros 230 e 231, no acesso à pedreira da Incopel, haverá o alargamento da pista com a construção de uma rótula alongada, que se transformará em um canteiro. Essa rotatória permitirá acesso à pedreira, bem como a realização de retornos em ambos os sentidos da via.
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O Dnit foi procurado, mas até o fechamento desta matéria, não havia se manifestado sobre o assunto.