A segunda obra anunciada para tentar reduzir o número de acidentes, inclusive com mortes, na BR-116, entre Novo Hamburgo e Estância Velha, está prevista para iniciar nesta semana. A confirmação foi feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que projeta os primeiros passos da construção da rótula alongada entre os quilômetros 230 e 231, na altura do acesso à pedreira da Incopel.
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De acordo com o Dnit, as primeiras movimentações serão no sentido de implantação do canteiro de obra, com a instalação de placas de sinalização provisórias indicando a necessidade de redução da velocidade no trecho, bem como a de presença de operários na pista.
Além disso, conforme a autarquia, equipes contratadas pela Neovia Engenheira, responsável pela realização da obra, iniciam os serviços de topografia no local. As medições e marcações do terreno antecedem a mobilização de operários e máquinas no canteiro de obras. Por isso, nestas primeiras etapas não deve ocorrer nenhum tipo de alteração no trânsito.
Alargamento da pista e canteiro central
Para a implementação da rótula alongada, que permitirá acesso à pedreira, bem como a realização de retornos em ambos os sentidos da via, o Dnit prevê o alargamento da pista no trecho. Com isso, boa parte do terreno existente do lado leste da BR-116 (pista da direita para quem transita no sentido Novo Hamburgo-Ivoti) será ocupado por asfalto para que se tenha espaço no eixo central para construção da rotatória.
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O caminhoneiro Leandro Boeira Milane, 37 anos, é de Foz do Iguaçu, no Paraná, e errou o caminho ao ingressar na BR-116, após descarregar uma carga de tecidos em uma indústria calçadista de Novo Hamburgo. Ao perceber que estava seguindo no sentido contrário, parou a carreta no trecho onde está prevista para acontecer a obra. “Estou há 10 minutos tentando fazer o retorno, mas o fluxo é intenso e está difícil para realizar a manobra”, afirmou. Ao saber que o local está prestes a receber uma rotatória, reagiu. “Olha só, é isso que faz falta nesse ponto”.
A previsão é de que a obra siga os mesmos parâmetros da rótula alongada construída anos atrás, em Dois Irmãos, em frente ao Grupo Herval. A intenção da obra é fazer com os motoristas reduzam a velocidade ao natural ao passar pelo local, além de evitar ultrapassagem proibidas, que eram as principais causas de acidentes neste trecho da rodovia.
Acesso simplificado funciona bem no primeiro final de semana de fluxo intenso
A construção de um acesso simplificado ao bairro Rincão Gaúcho, em Estância Velha, foi a primeira obra executada pelo Dnit na BR-116, no perímetro que ficou conhecido como “trecho da morte”.
O uso do acesso simplificado, que é composto por recuos centrais, entre outros acessos, foi liberado há uma semana, contudo, ainda não havia passado por um teste com grande fluxo de veículos, como aconteceu neste final de semana em razão da movimentação de veículos vindos da região metropolitana e Vale dos Sinos rumo a Serra. O aumento da circulação de carros no trecho, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é reflexo do Dia dos Pais, celebrado neste domingo (11).
Neste domingo, por volta das 10 horas, horário em que foi registrado o pico de veículos subindo a Serra, a obra recém inaugurada não impactou o trânsito. Pelo contrário, cumpriu sua função, permitindo que motoristas acessassem o Rincão Gaúcho de maneira segura ou que motoristas realizassem retornos sem ter que atravessar as duas pistas da rodovia, como era antes da conclusão da obra.
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“Não dá pra negar que tá bem melhor assim. A obra não impactou em nada o fluxo dos veículos por aqui, já que nesse trecho sempre foi pista simples, e segue assim. Fora que está mais fácil e seguro para quem quer entrar no Rincão Gaúcho ou retornar à Serra”, analisou o ferramenteiro Gilberto Soares, 48. Ele estava acompanhado da esposa e da filha de 10 anos.
Travessia segue perigosa
Se a obra melhorou o acesso de carro ao bairro, quem realiza a travessia a pé ainda não se sente seguro. É o que avalia o operador de máquinas Lucas Neres, 25, e a esposa Eduarda Almeida, 25, que atravessam a BR-116 quase todos os dias com a filha Sophia, de 1 ano.
Conforme o casal, com a obra, agora são muitos os detalhes que precisam ser observados pelos pedestres durante a travessia. “A obra criou inúmeras possibilidades de caminhos, o que é bom para o motorista, mas para quem faz isso a pé, complica. Precisamos cuidar muito mais ao atravessar para que não sejamos surpreendidos por um carro vindo às nossas costas”, explica Eduarda.
“É urgente que instalem uma passarela nesse ponto. Tomara que os políticos se mobilizem também para a conquista desta melhoria aos pedestres”, pondera Neres.
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